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Camada de ozônio chega a maior espessura em décadas e fica 14% acima da média no Ártico, diz estudo

Faixa responsável por bloquear radiação solar apresentou uma recuperação gradual em 2024, ficando acima do histórico de 1990 a 2020

Fatores naturais também contribuíram para essa recuperação, como o El Niño (ESA/Reprodução)

Fatores naturais também contribuíram para essa recuperação, como o El Niño (ESA/Reprodução)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 16 de setembro de 2025 às 11h36.

A camada de ozônio, essencial para a vida na Terra, atingiu em 2024 sua maior espessura das últimas décadas, conforme indica um relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM), da Organização das Nações Unidas.

O material publicado nesta segunda-feira, 15, aponta uma recuperação gradual da estrutura, o que é um bom sinal para a retenção da radiação solar na superfície do planeta.

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A faixa sobre o Ártico ficou entre 55 e 60 unidades Dobson (DU) acima da média, cerca de 14% superior ao período de referência, de 1960 a 2023. A unidade Dobson mede o total de ozônio na atmosfera, e uma média de 300 DU equivale a uma camada de 3 mm de espessura.

Com essa melhoria, houve também uma redução significativa na quantidade de radiação ultraviolenta que chega ao Hemisfério Norte no verão, chegando a uma queda de até 5% em algumas regiões.

História da camada de ozônio

Embora os dados mostrem crescimento, o relatório da OMM alerta que nem tudo está resolvido. O déficit de ozônio na Antártida, que indica a quantidade de substância perdida na atmosfera, alcançou um pico de 46,1 milhões de toneladas em 29 de setembro de 2024.

Esse valor, no entanto, é inferior à média de 1990 a 2020 e muito abaixo das perdas registradas entre 2020 e 2023, período de maiores danos históricos.

Os cientistas indicam que a recuperação foi mais rápida após o pico de perdas, o que sugere um progresso consistente.

António Guterres, secretário-geral da ONU, lembrou que já se passaram 40 anos desde que os países se uniram para proteger a camada de ozônio, motivados por descobertas científicas. "Hoje, vemos a camada se recuperando, o que nos lembra que, quando as nações seguem as recomendações científicas, o progresso é possível", afirmou.

Quais são as principais ameaças à camada de ozônio?

Fatores naturais também contribuíram para essa recuperação, como o El Niño (aquecimento das águas do Pacífico), a intensa circulação estratosférica, a maior atividade solar e a Oscilação Quase-Bienal (mudanças nos ventos da alta atmosfera a cada 2-3 anos).

O Protocolo de Montreal, tratado internacional que visa proteger a camada de ozônio, foi crucial nesse processo, conforme indica Guterres. Ele se baseia na eliminação das substâncias que causam danos ao ozônio, como os clorofluorcarbonetos (CFCs) e hidroclorofluorcarbonetos (HCFCs), que estão presentes em sprays, equipamentos de refrigeração e espumas.

Desde o banimento dos CFCs, cerca de 99% desses compostos foram eliminados da atmosfera.

Com a manutenção das políticas atuais, espera-se que a camada de ozônio retorne aos níveis de 1980 até o final deste século: perto de 2040 para a maior parte do planeta, em 2045 no Ártico e em 2066 na Antártida.

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