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Pelo menos 56% das ações empresariais analisadas estão voltadas para a promoção de emancipação ou fortalecimento de comunidades locais (Leandro Fonseca /Exame)
Repórter de ESG
Publicado em 14 de julho de 2025 às 11h55.
O Pará, sede da COP30, lidera o ranking dos estados da Amazônia Legal que mais receberam investimentos sociais e respondeu por 59% dos recursos alocados em 67 projetos de impacto positivo em 2023.
É o que revela o novo mapeamento e mais abrangente sobre impacto da região realizado pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), principal organização que representa o setor privado na busca por soluções de descarbonização.
O levantamento mostrou que 19 empresas executaram 113 projetos socioambientais em 98 municípios e 78% estão localizados em apenas três estados: Pará, Amazonas e Mato Grosso.Pelo menos 56% das ações empresariais analisadas estão voltadas para a promoção de emancipação ou fortalecimento de comunidades locais e estas representaram 21,5% do total das iniciativas. Em seguida, aparecem educação e capacitação (13%), proteção de direitos humanos (10,8%) e desenvolvimento econômico e negócios (10,8%).
O estudo também identificou sobreposições territoriais e temáticas, identificando "um ambiente favorável à cooperação". A partir da análise, o CEBDS propõe a criação de um Grupo de Impacto Social na Amazônia, visando o intercâmbio de experiências, identificação de parcerias e articulação de estratégias coletivas, maximizando o impacto dos investimentos.
O Pará disparou na frente com folga e o Amazonas aparece em segundo lugar com 28 iniciativas, seguido pelo Mato Grosso com 17.
Segundo o CEBDS, a liderança ganha ainda mais relevância no contexto da Conferência de Mudanças Climáticas da ONU em Belém do Pará, visto que a Amazônia está no centro das atenções mundiais e protagoniza em soluções verdes para o combate da crise do clima.
Um dos destaques do mapeamento é que 66% das ações foram classificadas como voluntárias, ou seja, não resultam de exigências legais ou regulatórias.
Para Anderson Ignácio, gerente de Natureza e Sociedade do CEBDS, o dado evidencia "um avanço expressivo do setor empresarial rumo a uma atuação mais estratégica e comprometida com o desenvolvimento sustentável do bioma", ao mesmo tempo que o mundo enfrenta retrocessos na agenda socioambiental.
"O protagonismo voluntário revela o amadurecimento do ESG no Brasil e mostra que o setor está disposto a atuar para além da lei, contribuindo com a redução das desigualdades e a promoção da inclusão econômica na região", destacou.
A análise também apontou que estados do Acre e Roraima apresentaram investimentos ainda limitados e representam oportunidades estratégicas para a expansão da atuação empresarial na Amazônia.
Além das lacunas geográficas, algumas áreas temáticas registraram menor incidência nas ações mapeadas, como mudanças climáticas, saúde, cidades sustentáveis e cultura. Segundo a organização, há espaço para diversificação e ampliação do portfólio de projetos socioambientais.