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Começa na ONU a cúpula sobre NDCs da COP30; China anuncia novas metas

Reunião de líderes globais marca momento decisivo para entregas de compromissos climáticos antes da COP de Belém

Reunião de Alto Nível para entrega das NDCs na sede das Nações Unidas, em Nova York (Divulgação/Divulgação)

Reunião de Alto Nível para entrega das NDCs na sede das Nações Unidas, em Nova York (Divulgação/Divulgação)

Lia Rizzo
Lia Rizzo

Editora ESG

Publicado em 24 de setembro de 2025 às 17h04.

Última atualização em 24 de setembro de 2025 às 17h43.

De Nova York

Nesta quinta-feira, 24, acontece na sede da Organização das Nações Unidas, a reunião de alto nível sobre as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), evento considerado crucial para o sucesso da COP30 em Belém.

O encontro, que contava com 17 chefes de Estado e governo e 109 países confirmados até ontem, começou com um alerta científico do pesquisador sueco Johan Rockström sobre a urgência climática global, seguido pelos discursos do secretário-geral António Guterres e do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva.

O chamado multilateral brasileiro

Em seu discurso, o presidente Lula defendeu que "em um mundo em que graves violações se tornaram corriqueiras, deixar de apresentar uma NDC parece um mal menor", mas alertou que "sem o conjunto completo de NDCs, o planeta caminha no escuro". O brasileiro argumentou que apenas com o quadro completo das metas nacionais será possível saber "para onde e em que ritmo estamos indo".

Lula também confrontou diretamente o que chamou de "negacionismo não apenas climático, mas também multilateral", enfatizando que "ninguém está a salvo dos impactos das mudanças do clima" e que "a natureza não se curva a bombas ou navios de guerra".

E afirmou: "Nenhum país está acima de outro na urgência de enfrentar a crise climática".

NDCs como revolução econômica

O presidente brasileiro classificou as NDCs como instrumentos transformadores, afirmando que "não são meros números ou percentuais, são oportunidades para repensar modelos e reorientar políticas de investimento rumo ao novo paradigma econômico". Segundo Lula, "a transição energética abre as portas para revolução equiparável à Revolução Industrial".

O Brasil, que foi o primeiro país a enviar sua NDC atualizada, utilizou o protagonismo para defender o princípio das "responsabilidades comuns, mas diferenciadas", argumentando que "nações ricas têm de ampliar o acesso à tecnologia a países em desenvolvimento".

China expande compromissos históricos

A China, maior emissor global, anunciou metas bastante ampliadas em relação aos compromissos anteriores. O presidente Xi Jinping declarou que o país reduzirá emissões líquidas entre 7% e 10% até 2035 comparado aos níveis máximos, aumentando a participação de combustíveis não fósseis para mais de 30% da matriz energética nacional.

O anúncio chinês representa uma expansão considerável em relação à NDC anterior, submetida há quatro anos, que se limitava às emissões de CO₂ do setor energético. A ampliação do escopo ganha relevância especial considerando que a China é também a maior emissora global de metano, gás com potencial de aquecimento muito superior ao dióxido de carbono no curto prazo, cujas principais fontes são atividades como mineração de carvão e agropecuária.

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Xi Jinping revelou ainda planos para expandir em seis vezes a capacidade instalada de energia eólica e solar em relação aos níveis de 2020, atingindo 3.600 GW, além de intensificar o volume florestal em 24 bilhões de metros cúbicos. O novo compromisso abrange "toda a economia e todos os gases de efeito estufa", representando uma mudança de escopo fundamental.

Após o líder chinês foi a vez da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, assumir a plenária. Num pronunciamento protocolar, ela confirmou que o bloco entregará formalmente sua NDC antes da COP30, mas já sinalizou ambições para 2040, com redução de 90% das emissões. O compromisso europeu alivia pressões sobre a presidência brasileira da conferência climática.

Chamado final para COP Amazônica

A cúpula acontece sob pressão crescente, já que a maior parte dos países não cumpriu o prazo inicial de fevereiro para apresentação das contribuições climáticas atualizadas.

A presidência brasileira da COP30 e representantes das Nações Unidas intensificaram os apelos para que os compromissos sejam submetidos até setembro, buscando evitar que a conferência de Belém seja prejudicada pela falta de metas nacionais.

Lula encerrou seu discurso com um apelo direto aos países que ainda não apresentaram suas NDCs: "O sucesso da COP30 de Belém depende de vocês. A Amazônia deve ser palco de um momento decisivo da história do multilateralismo".

O presidente definiu a conferência como "a COP da verdade", onde líderes mundiais terão de decidir "se acreditamos ou não no que a ciência está mostrando".

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