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Como o Sistema B desafia a lógica do lucro a qualquer custo – e ainda cresce

Empresas com impacto positivo mostram que cultura, engajamento e propósito entregam retorno real para investidores e também atraem as novas gerações

Sistema B: organizações que colocam pessoas e planeta no centro são 23% mais lucrativas. (Sistema B/Freepik)

Sistema B: organizações que colocam pessoas e planeta no centro são 23% mais lucrativas. (Sistema B/Freepik)

Publicado em 8 de julho de 2025 às 06h15.

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*Por Cinthia Gherardi

Por muito tempo, ser uma empresa de sucesso significava crescer rápido, gerar lucro e cortar tudo o que fosse visto como “despesa extra”, incluindo investimentos em pessoas, meio ambiente e comunidade.

Essa lógica moldou o capitalismo como conhecemos, mas ela vem sendo desafiada nas últimas décadas  —  e o Sistema B tem liderado essa virada no Brasil.

Percebemos, principalmente nos últimos anos, um crescimento de negócios que provam ser possível prosperar sem prejudicar e, mais do que isso, impactar positivamente.

Empresas B não existem apenas para gerar lucro; elas existem para gerar valor para todas as partes envolvidas: trabalhadores, clientes, sociedade, meio ambiente e investidores.

Elas assumem publicamente o compromisso de medir e melhorar continuamente seu impacto, com base em critérios concretos de governança, relações de trabalho, modelo de negócio e vínculo com a comunidade. 

Estudos da McKinsey e da Gallup mostram que organizações com cultura forte e propósito claro são 23% mais lucrativas, 18% mais produtivas e apresentam até 37% menos rotatividade.

Já a Deloitte aponta que 65% da Geração Z no Brasil prefere trabalhar em empresas com propósito, e 76% consideram os valores sustentáveis decisivos na escolha de onde trabalhar.

Ou seja: não é apenas a questão de empresas conscientes terem mais engajamento. Quem ignora essas demandas está perdendo relevância e talentos.

E isso não se limita ao mercado de trabalho. Geração Z, e muito em breve a Geração Alpha — nascidas a partir dos anos 2010 — já crescem em um mundo impactado pela crise climática, pela hiperconectividade e pela cobrança por coerência.

Enquanto as gerações anteriores buscavam estabilidade e ascensão, essas novas gerações querem sentido.

Elas questionam consumo excessivo, cobram posicionamento social e entendem que reputação se constrói com consistência, não com campanha publicitária

A Geração Alpha já demonstra uma consciência ambiental precoce e desenvolve suas escolhas de marca observando o comportamento das empresas em relação ao planeta e às pessoas.

E, quem não se posiciona agora, dificilmente será lembrado no futuro. Esse cenário ajuda a explicar por que tantas Empresas B estão ganhando mercado. 

Sistema B não é um selo bonito para colocar no site. É uma forma de apontar para um novo tipo de capitalismo: mais justo, transparente e regenerativo.

Mais de 10 mil empresas brasileiras já utilizaram a Avaliação de Impacto B (BIA) como ferramenta de gestão e, hoje, cerca de 230 estão em processo de certificação, representando um movimento em expansão.

O mais interessante é que todas essas Empresas B Certificadas têm algo em comum. Elas cresceram sem abrir mão de seus princípios.

Mostrar que é possível prosperar gerando impacto positivo talvez seja a contribuição mais poderosa delas para o mercado brasileiro.

Não se trata de escolher entre lucro e propósito; trata-se de redesenhar o que é resultado, o que é sucesso e o que é valor.

No fim das contas, o que o Sistema B propõe é simples: um modelo de negócio em que pessoas, planeta e prosperidade caminham juntos.

O lucro continua importante, mas não é o único fim. É o meio. E os dados estão aí para mostrar que essa conta fecha.

*Cinthia Gherardi é Co-CEO do Sistema B Brasil

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