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Vazio: foto oficial da "família" foi marcada pela ausência de grandes emissores de GEE (Leandro Fonseca /Exame)
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Publicado em 10 de novembro de 2025 às 12h35.
Por Ricardo Garcia, com edição de Natália Mello/edição Exame
A imagem oficial da Cúpula de Líderes em Belém, sede da COP30, pensada para simbolizar a união global em torno do clima, reuniu líderes de diversos países importantes na última sexta-feira (7), mas acabou revelando ausências já esperadas, mas não menos preocupantes.
Quatro líderes de países que, juntos, respondem por cerca de 50% das emissões de CO₂ do planeta não vieram à Amazônia. E os dois líderes dos países que querem sediar a COP31 também faltaram - Austrália e Turquia.
26% das emissões globais
O presidente Xi Jinping não foi à Cúpula do Clima, mas não por falta de interesse na COP30. A China é uma peça central nas negociações da COP30 e leva a Belém uma delegação com cerca de 300 pessoas. Na cúpula, foi representada por um dos seus vice-primeiros ministros, o influente Ding Xuexiang.
12% das emissões globais
O presidente americano não apenas se ausentou da Cúpula do Clima, como também decidiu que os Estados Unidos não enviarão nenhuma representação de alto nível à COP30. Os EUA já iniciaram o processo para sair do Acordo de Paris e estão revertendo as principais políticas ambientais até então em vigor no país. No seu lugar, Trump está promovendo os combustíveis fósseis e desestimulando as fontes renováveis.
8% das emissões globais
Embora lidere o terceiro país com maiores emissões de CO2, o presidente indiano Narendra Modi também não veio a Belém. A representação de mais alto nível do país na COP30 será a do ministro do ambiente, Bhupender Yada, que virá na segunda semana, para a fase final das negociações.
4% das emissões globais
Putin tem um problema prático: um mandado de prisão internacional, por causa da guerra na Ucrânia, que pode ser acionado caso venha ao Brasil. Ficou em Moscou e enviou, no seu lugar, Ruslan Edelgeriyev, representante presidencial especial para os assuntos climáticos.
1% das emissões globais
O primeiro-ministro australiano tinha motivos óbvios para estar presente. A Austrália é candidata a sediar a próxima COP, no ano que vem. Mas disse que só viria se a sua presença fizesse diferença. Mandou, no seu lugar, o ministro-adjunto para mudanças climáticas, Josh Wilson.
1% das emissões globais
O presidente turco tinha as mesmas razões de Albanese para estar em Belém. Seu país também quer ser sede da COP31. Foi representado pelo vice-presidente Cevdet Yilmaz que, no seu discurso, apresentou a candidatura oficial e disse que uma COP na Turquia fará a ponte entre países desenvolvidos e em desenvolvimento.