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COP30: tecnologia, representatividade e critérios objetivos são fundamentais para pequenos negócios avançarem na transição para uma economia sustentável (Leandro Fonseca /Exame)
Jornalista
Publicado em 19 de novembro de 2025 às 13h33.
O papel dos micro e pequenos negócios na agenda climática foi tema de um dos debates na Green Zone da COP30, em Belém. No painel “Crescimento Sustentável para Pequenos Negócios”, promovido pelo Sebrae e pela BIUD Tech, especialistas defenderam que tecnologia, representatividade e critérios objetivos são fundamentais para que os 22 milhões de pequenos negócios do país avancem na transição para uma economia mais sustentável.
Conduzido por Ana Aciole, gerente adjunta da Universidade Corporativa do Sebrae, o encontro ressaltou que os micro e pequenos empreendedores estão na linha de frente dos impactos climáticos e precisam ser parte central das soluções. “São eles que movem a economia real, sustentam comunidades e impulsionam inovação na ponta”, afirmou.
A Plataforma Crescimento Sustentável, apresentada pela BIUD Tech, utiliza dados e Inteligência Artificial para transformar diagnósticos ESG em planos de ação práticos. Segundo Jaqueline Souza, diretora executiva da empresa, a solução “torna a sustentabilidade mensurável” e ajuda empreendedores a identificar desafios e oportunidades.
Lançada em julho passado, a plataforma já conta com mais de 11 mil empresas que iniciaram sua jornada ESG, com ações relacionadas à redução de resíduos, economia de água e energia e reaproveitamento de materiais.
O painel também foi um espaço de discussão sobre os avanços do Selo ESG Sebrae, que estabelece critérios e objetivos adaptados à realidade dos pequenos negócios. Com o aval da ABNT e a tecnologia em escala da BIUD Tech, as empresas podem avaliar sua maturidade nas três disciplinas: Meio Ambiente, Social e Governança. A partir daí, têm os indicativos para avançar de maneira estruturada pelos níveis Bronze, Prata, Ouro e Diamante.
Para o presidente da ABNT, Mário William Esper, critérios objetivos aumentam a confiança e a transparência, especialmente em cadeias produtivas que exigem comprovantes robustos de sustentabilidade.
A diretora do Instituto Alziras, Marina Barros, chamou atenção para o peso desigual da crise climática sobre mulheres empreendedoras, que também têm menos espaço em processos decisórios. Estimativas da ONU Mulheres segundo ela, indicam que em um cenário de aquecimento de 3°C, milhões de mulheres podem ser empurradas para a pobreza ou para a insegurança alimentar até 2050.
A ativista e empresária Luiza Brunet reforçou o papel das lideranças femininas na agenda socioambiental. Um vídeo exibido no painel mostrou a trajetória da empreendedora maranhense Aparecida Bessa, fundadora da SeRHum e uma das primeiras a conquistar o Selo ESG Sebrae.
Com 99% dos CNPJs do país, micro e pequenas empresas sustentam economias locais e estão altamente expostas às mudanças climáticas. Para o Sebrae, apoiá-las é fundamental para garantir que a economia verde seja acessível a todos os territórios.
“O futuro sustentável só se realiza quando chega à ponta”, concluiu Ana Aciole. “A COP30 mostra que os pequenos negócios estão prontos para participar dessa agenda,. Nosso papel é garantir que tenham os meios para isso.”