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Dia mundial do Second Hand: consumidores estão cada vez mais conscientes do impacto ambiental da indústria da moda, uma das mais poluentes do mundo. (teksomolika/Freepik)
Redação Exame
Publicado em 25 de agosto de 2025 às 17h23.
Última atualização em 25 de agosto de 2025 às 17h24.
Neste 25 de agosto, celebra-se o Dia Mundial do Second Hand. Muito além de promover a revenda de peças usadas, a data simboliza mais um passo rumo a uma redefinição profunda do consumo de moda, impulsionada por uma consciência global que combina ética, sustentabilidade e desejo por individualidade.
O Brasil, com seus mais de 118 mil brechós ativos e uma projeção de mercado de R$ 24 bilhões para 2025, conforme dados do Sebrae, não é apenas um espectador passivo desse movimento, mas um de seus protagonistas mais vibrantes.
O crescimento de 31% em cinco anos no número de estabelecimentos deste tipo é a ponta de um iceberg de transformação cultural e estratégica que veio para ficar.
No mundo todo, o mercado global de roupas de segunda mão avança a passos largos para atingir US$ 367 bilhões até 2030, segundo o ThredUp Report, avançando o a uma taxa que quintuplica a da moda tradicional.
Esse boom, nada aleatório, é alimentado por pilares sólidos onde a sustentabilidade é um vetor central. E explica também o cenário brasileiro.
Os consumidores estão cada vez mais conscientes do impacto ambiental da indústria da moda - uma das mais poluentes do mundo -, e estudos mostram que comprar second-hand pode reduzir o impacto nas mudanças climáticas em 42% e a demanda energética cumulativa em 53%.
Além do imperativo ecológico, o apelo pelo valor e autenticidade ganha força em um cenário de insegurança financeira, já que muitos brechós oferecem uma curadoria que une qualidade e estilo acessíveis.
Por fim, não se pode ignorar o poder geracional por trás dessa mudança. Globalmente, 40% da Geração Z já recorre a canais de revenda como primeira opção de compra, enquanto 59% dos consumidores afirmam que migrariam definitivamente para o second hand se os preços da fast fashion subissem ainda mais.
O crescimento de 210% no setor entre 2010 e 2015, como mostrou o Sebrae, não foi um fenômeno isolado, mas a semente de uma mudança estrutural.
No país, o second hand é movido por um consumidor consciente e específico: a cliente típica é mulher, entre 18 e 25 anos, com ensino superior incompleto e renda de 1 a 5 salários mínimos, que valoriza a sustentabilidade, com 70% dos compradores destacando esse fator
Contudo, esses consumidores também buscam qualidade (61%) e acesso a grifes a preços acessíveis (27%). Esse perfil é respaldado por uma consciência ambiental ampla, visto que 97% dos brasileiros acreditam no impacto negativo da moda no clima e no meio ambiente.
O cenário é otimista, mas há desafios que persistem. O mesmo relatório global do ThredUp aponta que cerca de 50% dos Millennials ainda nunca compraram em brechó, muitas vezes por questões ligadas à percepção de higiene e qualidade.
Este é o próximo front a ser conquistado. Também a construção de confiança através da transparência, com descrições claras de produtos, políticas de devolução ágeis e verificação de autenticidade são oportunidades.