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ESG concept. Eco-friendly building in modern city. Sustainable glass office building with tree for reducing carbon dioxide. Office building with green environment. Corporate building use clean energy.
Redação Exame
Publicado em 3 de maio de 2025 às 12h00.
Última atualização em 5 de maio de 2025 às 14h43.
*Por Thais Scharfenberg
No início de abril, Santiago do Chile sediou o 8º Fórum dos Países da América Latina e do Caribe sobre Desenvolvimento Sustentável, organizado pela Comissão Econômica da ONU para a região (CEPAL).
O encontro, que antecede o Fórum Político de Alto Nível da ONU de 2025, reuniu representantes de governos, sociedade civil, academia e setor privado com um objetivo claro: promover soluções sustentáveis, inclusivas e baseadas em evidências para a Agenda 2030, sem deixar ninguém para trás.
Neste ano, a revisão regional se concentrou nos ODS 3 (saúde e bem-estar), 5 (igualdade de gênero), 8 (trabalho decente e crescimento econômico), 14 (vida na água) e 17 (parcerias para os objetivos).
A presença do Brasil foi marcante, com participação ativa em painéis e reafirmação de seu compromisso com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Porém, mais do que um encontro intergovernamental, o Fórum da CEPAL se mostra cada vez mais relevante para o setor empresarial que busca alinhar suas práticas às estratégias de ESG.
Um dos principais temas do Fórum foi o financiamento para o desenvolvimento - pauta estratégica também para o setor privado, especialmente diante dos desafios estruturais de acesso a recursos na região.
A preparação para a 4ª Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento, que acontecerá em julho deste ano em Sevilha, entrou no radar de líderes empresariais atentos a oportunidades de investimento sustentável e parcerias público-privadas.
Além disso, o destaque dado à infraestrutura de transporte como eixo de desenvolvimento regional reforça o papel das empresas na descarbonização da economia e na promoção de maior integração logística entre os países latino-americanos.
Tais projetos não apenas atraem investimento, mas também entregam valor socioambiental - com impacto direto na redução das desigualdades.
Outro ponto fundamental do encontro foi a participação social no monitoramento da Agenda 2030. O engajamento da sociedade civil e dos territórios nos processos de planejamento e avaliação das metas reforça a necessidade de empresas atuarem com mais escuta ativa, inclusão e corresponsabilidade social.
Estratégias ESG efetivas passam, cada vez mais, por um entendimento aprofundado do contexto local.
Representando a sociedade civil, o Instituto Selo Social, uma organização que faz parte da Comissão Nacional Para os ODS (CNODS), esteve com a comitiva do Governo Federal no Fórum.
A diretora executiva do instituto, Carina Giunco, destaca a territorialização dos ODS: ‘’Nós criamos uma tecnologia de corresponsabilização entre os segmentos e colocamos as empresas para contribuir e atuar junto com outras instituições. A partir disso elas conseguem melhorar suas práticas de ESG, destinar melhor os recursos localmente, criar ou ampliar impactos externos dos projetos sociais que executam e, consequentemente, contribuir com os indicadores locais da cidade para o avanço dos ODS’’.
O Fórum da CEPAL deixa um recado claro para o setor privado: o futuro da sustentabilidade na região passa por instituições fortes, políticas públicas integradas e compromissos empresariais alinhados aos princípios da Agenda 2030.
Não por acaso, os debates reforçaram que ciência, inclusão e governança são pilares indispensáveis para resultados duradouros.
Ao compreender os direcionamentos discutidos no Fórum, as empresas ganham capacidade de antecipar tendências - seja em regulação climática, direitos sociais ou mudanças no padrão de financiamento global.
A atuação corporativa que ignora esses sinais corre o risco de se tornar obsoleta ou desconectada das novas exigências de mercado, especialmente em um cenário de transição justa e crescente pressão por transparência e responsabilidade socioambiental.
Mais do que reputação, aderir à agenda do desenvolvimento sustentável com foco regional representa oportunidade de inovação, resiliência e impacto.
O Fórum da CEPAL, com sua abordagem baseada em evidências e escuta plural, consolida-se como um espaço estratégico para que o setor privado se posicione como agente de transformação e corresponsável por um futuro mais justo e sustentável para todos.