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Redação Exame
Publicado em 8 de outubro de 2025 às 18h07.
Última atualização em 8 de outubro de 2025 às 18h38.
O governo federal anunciou nesta quarta-feira a realização do terceiro leilão do Programa Eco Invest Brasil, iniciativa para atrair investimentos estrangeiros em participação societária (equity) para projetos de transição ecológica. O programa é coordenado pelos Ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e da Fazenda, com recursos provenientes do Fundo Clima.
Nesta edição, o Eco Invest Brasil apresenta um diferencial: um mecanismo de hedge cambial que oferece proteção parcial contra a volatilidade do real, em condições mais vantajosas que as disponíveis no mercado. A medida busca atender a uma demanda histórica do setor financeiro internacional.
“A iniciativa mostra como podemos trabalhar juntos para fortalecer a transformação ecológica e a descarbonização da economia brasileira, um sinal claro do protagonismo do Brasil nessa agenda global”, afirmou a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva. “Ao atrair investimentos externos, abrimos caminho para projetos que unem inovação, sustentabilidade e desenvolvimento econômico.”
Os recursos do leilão serão destinados a instituições responsáveis por estruturar mecanismos de mitigação de risco cambial e de performance dos projetos. Assim como nas edições anteriores, os bancos participantes deverão se comprometer com a alavancagem de capital privado, definindo o montante de investimento em equity a ser mobilizado para os fundos e projetos apoiados.
“Essa é uma iniciativa inédita, não apenas no Brasil, mas também entre os países emergentes”, destacou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. “Estamos inaugurando um novo modelo de financiamento sustentável, que combina inovação financeira e compromisso ambiental. Ao oferecer proteção cambial ao investidor internacional, o governo dá um passo importante para ampliar a confiança, atrair capital de longo prazo e impulsionar projetos estratégicos que fortalecem o desenvolvimento sustentável do país.”
O leilão tem como foco o apoio a empresas de base tecnológica, startups e negócios em expansão que atuem em áreas como bioeconomia — incluindo superalimentos, biosaúde e biofertilizantes —, transição energética — como SAF, hidrogênio verde e biogás —, e economia circular — com soluções como bioplásticos, gestão de resíduos sólidos e reciclagem de baterias.
“O leilão, focado na atração de equity e na proteção cambial, é fundamental e reflete nossa parceria e inovação”, afirmou o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn. “Estamos trabalhando juntos para, inclusive, termos novidades na COP30, em Belém. Com base nesse modelo bem-sucedido do Eco Invest, lançamos o programa FX Edge, uma nova plataforma global do BID voltada para reduzir a volatilidade cambial e ampliar o acesso a capital privado em outros países.”
Com a publicação da portaria, as instituições financeiras interessadas devem apresentar suas propostas até o dia 19 de novembro de 2025.
Nas edições anteriores, o Eco Invest Brasil mobilizou mais de R$ 75 bilhões, sendo R$ 46 bilhões provenientes de investidores estrangeiros. Até o momento, mais de R$ 4 bilhões já foram desembolsados para projetos como produção de combustível sustentável de aviação (SAF) e saneamento básico. A segunda edição do leilão, para recuperar terras degradadas, viabilizou recursos para restaurar 1,4 milhão de hectares — área equivalente a nove vezes o tamanho da cidade de São Paulo.