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IBGE inicia pesquisa para mapear impactos das enchentes históricas no RS

Pela primeira vez no Brasil, instituto vai coletar dados em 133 municípios para orientar políticas de prevenção e adaptação frente a eventos climáticos extremos

Na capital Porto Alegre, o rio Guaíba atingiu marca histórica de 5 metros (Ricardo Stuckert/Presidência da República/Divulgação)

Na capital Porto Alegre, o rio Guaíba atingiu marca histórica de 5 metros (Ricardo Stuckert/Presidência da República/Divulgação)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 15 de setembro de 2025 às 12h30.

Última atualização em 15 de setembro de 2025 às 12h49.

Como a população gaúcha foi afetada pelas enchentes históricas do Rio Grande do Sul?

A partir desta segunda-feira, 15, uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) irá avaliar pela primeira vez os impactos de um evento climático extremo no Brasil. 

Mais de um ano após a tragédia que abalou mais de 400 municípios gaúchos, os dados coletados devem orientar políticas públicas de prevenção e adaptação, além de contribuir para o planejamento urbano em áreas de risco.

O mapeamento em caráter experimental será realizado integralmente por telefone até 19 de dezembro e deve abranger mais de 30 mil residências em 133 municípios atingidos, segundo o IBGE. 

Márcio Pochmann, presidente do IBGE, afirmou que a iniciativa representa um ganho imenso para o conhecimento público, além de subsídios necessários às estratégias de atenção às mudanças climáticas no país.

A divulgação dos resultados está prevista para o primeiro semestre de 2026.

Metodologia pioneira no Brasil

A pesquisa surge como resultado da participação do IBGE na força-tarefa criada pela governo federal para auxiliar o Rio Grande do Sul após o desastre. O projeto incluiu a criação do Singed Lab, laboratório de inovação do instituto.

A gerente substituta de Estudos e Pesquisas Sociais do IBGE, Juliana Paiva, destacou o pioneirismo da abordagem que passa a ser realizada totalmente de forma remota ao invés das tradicionais visitas nas residências.

O estado foi dividido em sete regiões para facilitar a coleta. A primeira fase, que começou hoje, abrange 12 municípios da região metropolitana de Porto Alegre, incluindo a capital, Canoas, Gravataí e Cachoeirinha.

O questionário aborda múltiplas dimensões dos impactos das enchentes, incluindo danos físicos aos domicílios, interrupção de serviços essenciais, vizinhança, ocorrências de resgate e evacuação e até consequências na saúde física e mental dos moradores.

Além disso, traça o perfil socioeconômico da população, alterações na educação e trabalho, qualidade de vida atual, acesso a auxílios financeiros públicos e percepções sobre medidas de prevenção e recuperação.

Para participar, o informante deve ter estado presente no domicílio durante as enchentes (no período de abril a maio de 2024) e ter pelo menos 14 anos de idade. A identidade dos agentes pode ser confirmada pelo telefone 0800 721 8181 ou pelo e-mail: peers@ibge.gov.br.

Cronograma regional

A pesquisa seguirá um cronograma específico por região:

  • 15 a 26 de setembro: Região Metropolitana (12 municípios)
  • 29 de setembro a 10 de outubro: Novo Hamburgo e região (23 municípios)
  • 13 a 17 de outubro: Passo Fundo e região norte (25 municípios)
  • 20 a 31 de outubro: Santa Cruz do Sul e região central (39 municípios)
  • 3 a 7 de novembro: Pelotas e região sul (6 municípios)
  • 10 a 14 de novembro: Caxias do Sul e Serra (11 municípios)
  • 17 a 28 de novembro: Santa Maria e região oeste (17 municípios)
  • 1º a 19 de dezembro: Repescagem em todas as regiões

Enchentes no RS 

As enchentes, que afetaram 96% dos municípios e desalojaram mais de 81 mil pessoas, escancaram omissões graves: ocupação irregular e infraestrutura inadequada. Um estudo da Agência Nacional de Águas (ANA) revelou que 35% a 40% dos atingidos na região metropolitana estavam em áreas com sistemas de proteção falhos.

Além disso, projeções indicam que catástrofes climáticas semelhantes as do Rio Grande do Sul podem ser cinco vezes mais frequentes nos próximos anos. 

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