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Pesquisadores detectam evento sem precedentes no Golfo do Panamá e alertam para impactos climáticos

Ressurgência sazonal, fenômeno que ocorre entre janeiro e abril, não foi observada em 2025

 (Giacomo d’Orlando/National Geographic/Divulgação)

(Giacomo d’Orlando/National Geographic/Divulgação)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 6 de setembro de 2025 às 11h31.

Cientistas detectaram um evento inédito no Golfo do Panamá, que desafiou as estatísticas obtidas nos últimos 40 anos sobre o comportamento dos mares na região.

A ressurgência sazonal, fenômeno que ocorre entre janeiro e abril, não foi observada em 2025, gerando preocupação entre os pesquisadores do Smithsonian Tropical Research Institute (STRI) sobre as alterações climáticas no golfo.

Durante a estação seca na América Central, os ventos alísios do norte geram ressurgência nas águas do Golfo do Panamá, trazendo águas frias e ricas em nutrientes das profundezas para a superfície.

Esse processo sustenta pescarias produtivas e protege os recifes de corais do estresse térmico. Graças a ele, as praias do Pacífico do Panamá permanecem mais frescas no verão, criando um ambiente vital para a biodiversidade marinha.

Até 2024, a ressurgência sazonal era uma característica previsível da região, registrada de forma consistente por mais de 40 anos pelos cientistas do STRI e do Instituto Max Planck de Química — neste ano, esse fenômeno não ocorreu pela primeira vez em décadas.

A ausência da ressurgência resultou em uma redução nas quedas de temperatura e na produtividade típica dessa época do ano, diz o estudo.

A principal causa foi uma queda significativa nos padrões de vento, que não foram fortes o suficiente para romper a estratificação da superfície do mar e desencadear a ressurgência.

Sem as correntes ascendentes, o fornecimento de nutrientes foi interrompido, afetando o crescimento das algas e impactando as cadeias alimentares marinhas.

O resultado foi o declínio da pesca comercial e o aumento do estresse térmico nos corais, que dependem do resfriamento gerado pela ressurgência.

Os dados coletados durante o evento, analisados pelos cientistas do STRI e do Instituto Max Planck, indicam que mudanças no clima e no sistema de circulação atmosférica podem alterar rapidamente os processos oceânicos fundamentais que sustentam as comunidades pesqueiras.

Embora os pesquisadores ainda considerem cedo para afirmar que o aquecimento dos oceanos e as mudanças climáticas sejam as causas definitivas dessa falha na ressurgência, o estudo destaca a crescente vulnerabilidade dos sistemas de ressurgência tropical.

O fenômeno, essencial para a ecologia e a economia local, continua sendo pouco monitorado, tornando urgente fortalecer as capacidades de observação e previsão do clima oceânico nas regiões tropicais.

O iate de pesquisa S/Y Eugen Seibold, do Instituto Max Planck de Química, segue navegando no Oceano Pacífico tropical oriental, coletando dados na região das Ilhas Galápagos para aprofundar o entendimento sobre as mudanças nas dinâmicas oceânicas e suas consequências para o ecossistema e a pesca.

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