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O fenômeno é considerado irreversível em boa parte das áreas. (Sir Francis Canker Photography/Getty Images)
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Publicado em 2 de outubro de 2025 às 12h52.
Última atualização em 2 de outubro de 2025 às 12h59.
Daqui a uma década, parte do território iraniano pode estar até quatro metros abaixo do nível atual. O alerta vem de Jessica Payne, pesquisadora da Universidade de Leeds, na Inglaterra, que liderou um estudo sobre o afundamento do solo no país.
O trabalho, publicado em agosto no Journal of Geophysical Research: Solid Earth, mapeou a situação usando imagens de satélites europeus captadas entre 2014 e 2022. Os resultados mostram que mais de 31 mil quilômetros quadrados já cedem pelo menos um centímetro por ano.
Próximo a Rafsanjan, no centro do país, a situação é ainda mais dramática. Ali o terreno desceu 34 centímetros em apenas 12 meses, representando o caso mais grave identificado pela equipe.
"Em 10 anos, o solo afundará cerca de 3 a 4 metros. É realmente grave", declarou Jessica Payne ao portal Live Science.
O problema estaria atrelado ao esvaziamento dos aquíferos subterrâneos, reservatórios naturais que abastecem o Irã. Quando essas estruturas geológicas perdem água, o solo perde sustentação e começa a ceder. Uma seca que já dura cinco anos também intensifica o cenário e amplia os riscos de desabastecimento para a população.
Os cientistas ainda apontam que boa parte desse processo não pode ser revertida, fazendo com que os iranianos estajam cada vez mais expostos à escassez hídrica e à insegurança alimentar.