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Semana do Clima de São Paulo quer antecipar COP30 e atrair os não-convertidos ao ESG

Entre 4 e 8 de agosto, iniciativas para um futuro de baixo carbono serão discutidas entre mais de 260 empresas e startups

Ao longo dos cinco dias de programação, a SP Climate Week deve reunir mais de 260 empresas e startups

Ao longo dos cinco dias de programação, a SP Climate Week deve reunir mais de 260 empresas e startups

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 30 de julho de 2025 às 08h01.

Última atualização em 30 de julho de 2025 às 15h46.

Enquanto a COP30 se aproxima, um evento em São Paulo busca reunir governos, especialistas e o setor privado para discutir as soluções baseadas na natureza, bioeconomia e a união de áreas antes consideradas opostas, como agricultura e sustentabilidade. Acontece entre 4 e 8 de agosto a segunda edição da SP Climate Week, organizada pela instituição financeira Itaú e o Cubo, hub de novos negócios, tecnologia e inovação.

Ao longo dos cinco dias de programação, a SP Climate Week deve reunir mais de 260 empresas e startups e 100 palestrantes para encontrar um caminho que una o desenvolvimento e a sustentabilidade. Entre eles estão nomes de peso, como Ana Toni, CEO da COP30; Kamila Camilo, empreendedora social e líder do Instituto Oyá; e Marina Grossi, presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável.

“Na primeira edição, conseguimos trazer temas até então só discutidos nas semanas climáticas de Nova York, Londres e outras grandes cidades para o panorama brasileiro”, explica Luciana Nicola, diretora de relações institucionais e sustentabilidade do Itaú Unibanco, que conversou com exclusividade com a EXAME. “Agora, o objetivo é encontrar soluções sustentáveis e escaláveis, que podem nortear o caminho até uma economia de baixo carbono.”

Luciana Nicola, diretora de Relações Institucionais e Sustentabilidade do Itaú Unibanco: “É uma última chance de convidarmos os ‘não-convertidos’ para o debate”

Jana Brito, especialista em ESG do Cubo Itaú, também conversou com a reportagem. Ela aponta que a ideia de criar a semana climática de São Paulo veio a partir da falta de identificação com as discussões nos eventos internacionais. “Faltava acontecer um desses no Brasil. Decidimos então criar esse ambiente de inovação que fomente o diálogo entre diferentes atores”, conta.

Caminho para COP30

Entre os temas dos painéis está o financiamento climático, tema que também será central nas discussões em Belém. Desde a Conferência de Bonn, na Alemanha, que antecipa boa parte das discussões que acontecem na COP, a participação de policapital tem sido cada vez mais levada em conta no financiamento para a transição — especialmente em meio ao contexto geopolítico incerto e a crise na economia gerada pela guerra tarifária de Donald Trump. Nicola afirma que é somente com o esforço conjunto de diversos atores que será possível atingir os US$ 1,3 trilhão contra os avanços das mudanças do clima.

“Seja por mapear necessidades, debater números, onde alocar os investimentos e como escalar as possibilidades, é importante que haja uma união nesse contexto para que de fato os recursos sejam colocados à disposição de quem tem uma necessidade maior”, explica a diretora.

Jana Brito, especialista ESG do Cubo: "É importante democratizar conhecimentos para além dos times técnicos, que nem sempre tomam as decisões"

Jana ainda aponta que outro grande desafio para a implementação de melhores práticas ambientais e climáticas é tornar o diálogo horizontal. Segundo a especialista, transmitir o que se sabe de inovação sustentável para áreas além de ESG é um desafio por entraves de diálogo.

“Nem sempre a tomada de decisão é dos times técnicos. Mora aí a importância de democratizar conhecimentos sobre as técnicas de resiliência e adaptação, desde financiamento ao ‘green IT’ (TI verde)”, conta.

Entraves nas negociações

Trazer os temas para o cotidiano de quem ainda não está por dentro das negociações que acontecerão na COP30 também é trabalho da semana do clima de São Paulo.

“É uma última chance de convidarmos os ‘não-convertidos’ para o debate”, afirma.

"Nós vamos em todas as COPs e encontramos as mesmas ‘carinhas’ todos os anos, precisamos de novos rostos para avançar na conversa.” Para Nicola, ter a conferência no Brasil ajuda no engajamento para as medidas climáticas necessárias.

No Cubo, que desde 2022 conta com uma vertical netzero, a Climate Week é o ponto alto da jornada. “É quando podemos trazer as startups para uma conexão com as dores reais das grandes empresas. Essa experimentação é importante para que hoje as empresas tenham um arcabouço de inovação sustentável”, conta Brito.

Já no Itaú, a principal meta relacionada a COP é ajudar os clientes na transição para uma economia limpa. Até 2030, o banco busca R$ 1 trilhão investido em geração de impacto positivo, taxa que chegou a R$ 400 bilhões há um ano. Hoje, o órgão financeiro olha para práticas sustentáveis em diferentes setores, como agronegócio, infraestrutura, educação e saneamento básico, e fornece melhores condições para que os clientes e parceiros invistam nessas práticas. “O objetivo é sair desse ciclo de COP com mais pessoas entendendo sobre o tema, mais empresas engajadas e mais chances de um futuro sustentável”, explica.

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