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Após bater US$ 1 bi em receita, UFC olha para o Brasil: 'um dos mercados mais valiosos fora dos EUA'

Além do surpreendente desempenho em vendas de ingressos para o UFC Rio, Vice-presidente da companhia no Brasil detalha à EXAME seu otimismo com os avanços nas frentes de eventos, digital e streaming

Eduardo Galetti: vice-presidente sênior do UFC Brasil

Eduardo Galetti: vice-presidente sênior do UFC Brasil

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 5 de outubro de 2025 às 08h00.

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O mês de outubro é a ocasião mais esperada pelos amantes de luta pela realização do UFC Rio de Janeiro, no próximo sábado. O evento será marcado pelo embate de Charles 'do Bronxs' Oliveira com o polonês Mateusz Gamrot.

O único evento da Ultimate Fighting Championship no país neste ano já surpreendeu os organizadores com o esgotamento de ingressos em menos de duas horas da abertura das vendas. Para Eduardo Galetti, vice-presidente sênior do UFC no Brasil, a disputa pelas entradas representa a força que a marca ganhou dentro do esporte por aqui. 

"Os ingressos para o evento se esgotaram em menos de duas horas, foi nossa venda mais rápida no Rio, desde o UFC 134, em 2011. Por isso, estamos com elevadas expectativas para o evento. Após um ano, retornamos ao Rio de Janeiro com um card liderado por um dos principais nomes do UFC no Brasil (e no mundo), o ex-campeão peso-leve Charles do Bronxs, e um card com diversas promessas brasileiras", declara o executivo, em entrevista à EXAME.

O evento na cidade maravilhosa também marca o novo fôlego para o modelo de negócio do UFC. A TKO Group, conglomerado de mídia por trás dos campeonatos, registrou receita de US$ 1,27 bilhão no primeiro trimestre de 2025, refletindo um aumento de 4% em relação ao mesmo período de 2024. Os dados financeiros foram divulgados pela empresa em maio.

A companhia também reportou lucro líquido de US$ 165,5 milhões, que ajudou a reverter o prejuízo de US$ 234,5 milhões do primeiro trimestre de 2024. A melhora nos números foi impulsionada tanto pelo crescimento da receita quanto pela redução das despesas operacionais. A TKO conseguiu uma redução de US$ 305 milhões em despesas administrativas e de vendas, além de registrar US$ 38 milhões em custos operacionais diretos e US$ 21,6 milhões em depreciação e amortização. E o desempenho financeiro da companhia abre portas para investimentos fora dos Estados Unidos.

O ano de consolidação no Brasil

A evolução financeira da holding acompanha não apenas a febre por artes marciais no Brasil, como também o consumo de conteúdo para internet. Segundo o VP do UFC, a operação brasileira apresentou expansão de sua audiência nas plataformas digitais, principalmente nas redes sociais e em seu serviço de streaming UFC Fight Pass.

"No TikTok, por exemplo, só esse ano observamos um crescimento de 117% de engajamento. Ao todo, são mais de 46 milhões de seguidores e tivemos mais de 1,12 bilhão de views nas nossas redes no Brasil neste ano até o mês de setembro, o que mostra a força desse mercado para o UFC", detalha Eduardo Galetti.

Segundo dados fornecidos pela empresa, a base de fãs no Brasil é composta em sua maioria por homens entre 25 e 34 anos, distribuídos por todas as regiões, sobretudo no Sudeste, Nordeste e Sul.

"Neste ano, a força da marca no Brasil ficou em evidência com o UFC 313, em março, quando 93% dos assinantes do UFC Fight Pass assistiram ao vivo ao evento, o que é uma singularidade dos fãs brasileiros".

Diante deste cenário, o ano de 2025 já representa a consolidação da operação da Ultimate Fighting Championship no Brasil.

"Há dois anos nós fizemos um movimento importante, mudando nosso modelo de negócios no país e concentrando nossos esforços na nossa própria plataforma de streaming, e hoje nós colhemos os resultados desse movimento com um evento sold out em horas e com números cada vez mais expressivos nas nossas redes sociais".

Além do desempenho operacional, o UFC Brasil também se destaca pelo potencial de seus atletas em grandes campeonatos, colocando o país em entre a elite das artes marciais.

"O Brasil é um dos mercados mais valiosos para o UFC fora dos Estados Unidos. É o 2º país em número de atletas ativos no plantel do UFC e um dos mercados mais tradicionais de artes marciais como um todo. Temos atualmente um campeão [Alexandre Pantoja], podendo fechar o ano com três cinturões no Brasil, e mais de 35 atletas no ranking".

Atualmente algumas das principais estrelas do UFC são brasileiros, como Alex Poatan e Charles do Bronxs, que luta no UFC Rio. E o plantel brasileiro no UFC não para de crescer: só na temporada do Dana White’s Contender Series deste ano, programa de descoberta de talentos do UFC que está em seu 9º episódio, 11 brasileiros já foram contratados. "Esses números destacam o Brasil no cenário global do UFC e o potencial de crescimento que vemos no país", acrescenta Galetti.

O que vem pela frente

A organização agora planeja novos investimentos em eventos e conteúdos para os próximos anos, tendo como foco o aprimoramento de seu próprio streaming.

Em 2026, o UFC seguirá trazendo mais eventos ao vivo para o Brasil, desenvolvendo cada vez mais nossa plataforma de streaming, o UFC Fight Pass, entregando conteúdo de qualidade e se aproximando cada vez mais dos fãs no país", adianta o VP da operação brasileira.

E acrescenta: "Nós seguimos com foco e investimento em conteúdos originais, como séries, podcasts e programas, produzidos pela nossa equipe no Brasil e voltados para o público brasileiro, e no desenvolvimento das artes marciais no país e no mundo, com projetos como o Dana White’s Contender Series e o UFC BJJ, evento de Jiu-Jitsu lançado pelo UFC esse ano".

Como assistir ao UFC Rio: Oliveira x Gamrot

A lenda Charles "do Bronx" Oliveira será o destaque do retorno do Octógono ao Rio de Janeiro. No dia 11 de outubro, o brasileiro enfrentará o polonês Mateusz Gamrot na luta principal do UFC Rio, que acontecerá na Farmasi Arena.

Detentor de recordes de finalizações, vitórias por nocaute e bônus pós-luta na história do UFC, Charles fará sua primeira luta no Brasil desde março de 2020, quando comandou o UFC Brasília, um evento sem público devido à pandemia de Covid-19.

O brasileiro inicialmente enfrentaria Rafael Fiziev, mas, devido a uma lesão do adversário, foi substituído por Mateusz Gamrot, atual 8º colocado no ranking dos leves, que venceu oito de seus últimos 10 combates no Octógono.

O evento também contará com a presença de Deiveson Figueiredo, Vicente Luque e outros grandes nomes.

Que horas começa e onde posso assistir ao UFC Rio?

  • Card Principal: Às 20 horas ao vivo no UFC Fight Pass
  • Card Preliminar: Às 17 horas ao vivo no UFC Fight Pass
  • Três Primeiras Lutas Grátis: Às 17 horas ao vivo no UFC Fight Pass, Facebook, Youtube e Tik Tok

Quem vai lutar no UFC Rio?

Card Principal

  • Charles "do Bronxs" Oliveira x Mateusz Gamrot
  • Deiveson Figueiredo x Montel Jackson
  • Vicente Luque x Joel Álvarez
  • Jhonata Diniz x Mario Pinto
  • Ricardo Ramos x Kaan Ofli
  • Lucas Almeida x Michael Aswell

Card Preliminar

  • Jafel Filho x Clayton Carpenter
  • Vitor Petrino x Thomas Petersen
  • Bia Mesquita x Irina Alekseeva
  • Lucas Rocha x Stewart Nicoll
  • Valter Walker x Mohammed Usman
  • Julia Polastri x Karolina Kowalkiewicz
  • Luan Lacerda x Saimon Oliveira
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