Esporte

City e Puma selam maior contrato da Premier League, 15 vezes superior ao do Palmeiras

Valores comprovam força do futebol europeu e abismo com o Brasil

O Manchester City gerencia a sua marca com excelência mundialmente (Marco Canoniero/Getty Images)

O Manchester City gerencia a sua marca com excelência mundialmente (Marco Canoniero/Getty Images)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 16 de julho de 2025 às 18h50.

O Manchester City renovou a parceria de material esportivo com a Puma por valores estratosféricos, considerado o maior da história da Premier League: cerca de 1 bilhão de libras (US$ 1,35 bilhão/R$ 7,5 bilhões) por dez anos de contrato, de acordo com a imprensa britânica. Por ano, fala-se em 100 milhões de libras, superando os 65 milhões de libras da primeira assinatura, em 2019.

Para efeito de comparação, os valores são 15 vezes maiores do que o contrato entre a Puma e o Palmeiras, que paga R$ 50 milhões anuais ao clube paulista, ficando atrás apenas dos espanhóis Barcelona e Real Madrid; o time catalão recebe 127 milhões de euros (R$ 824 milhões) por ano da Nike, enquanto os merengues recebem 120 milhões de euros da Adidas.

O maior contrato entre os clubes ingleses era até então do Manchester United, assinado em 2023, que recebe da Adidas 900 milhões de libras por dez anos de contrato (R$ 6,7 bilhões, ou R$ 670 milhões anuais). O Arsenal completa o Top-5, com 85 milhões de euros por ano (R$ 550 milhões) da Adidas.

Palmeiras e Puma

No Brasil, o acordo entre Palmeiras e Puma é considerado o terceiro maior do país, atrás apenas do Flamengo, que recebe R$ 69 Milhões por ano da Adidas, com contrato até dezembro de 2029, e do Corinthians com a Nike, assinado no mês passado, com valores que podem chegar a R$ 59 milhões fixos por ano.

Para especialistas, os números comprovam o abismo do futebol europeu com o mercado brasileiro, e isso tem a ver especialmente com a expansão global que essas equipes possuem há muitos anos, fruto do crescimento da marca e da forma como as ligas se estruturaram junto às transmissões esportivas.

"O valor pago é muito maior, porque o retorno de quem paga é muito maior. Além dos clubes brasileiros serem por completo desconhecidos e comercialmente irrelevantes fora do Brasil, a economia brasileira, e a capacidade de compra de supérfluos dos brasileiros, é tambem irrelevante quando comparadas com as inglesas. A relevância histórica dos nossos clubes é enorme, mas eles são brasileiros, estão no Brasil, e assim como nossa economia vai ao longo das décadas se afastando do desenvolvimento e crescimento do resto do mundo, o peso dos clubes brasileiros vai ficando menor", diz Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil, empresa de entretenimento norte-americana, comandada pelo cantor Jay-Z, que gerencia a carreira de centenas de atletas.

"Estamos ainda atrasados no processo de internacionalização de marca. Demoramos muitas décadas para, de forma direta, ter nossos jogos transmitidos com recorrência pelo mundo afora. Para marcas globais, ainda somos enxergados de certa forma como produtos regionais, apesar de termos mudado muito nos últimos anos", afirma Renê Salviano, CEO da Heatmap e especialista em marketing esportivo, e faz a captação de contratos entre marcas envolvendo profissionais do esporte.

“O Manchester City gerencia a sua marca com excelência mundialmente. Isso tem ocorrido em função do desempenho dentro do campo juntamente com o trabalho de marca fora dele. O resultado? Um novo contrato gigante com a Puma", acrescenta Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports e especialista em marketing esportivo.

"Esse acordo estabelece um novo teto para os patrocínios de fornecimento de material esportivo e reforça a centralidade, ainda vigente, dos clubes europeus na economia global do futebol. Quando vemos que o valor pode ser até 15 vezes maior que o pago ao Palmeiras, fica clara a distância econômica entre os mercados. Isso reflete dois fatores: a força global das marcas europeias, como o Manchester City, hoje um dos mais seguidos do mundo, e a valorização ainda desigual dos clubes sul-americanos. A boa performance recente no Mundial reabre esse debate e mostra, ao mesmo tempo, a importância de consolidar uma presença digital e institucional sólida para ampliar o poder de barganha dos clubes da nossa região", encerra Rômulo Vieira da Silva, Diretor de Planejamento da End To End.

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