Segundo o levantamento realizado pela Sport Value, apesar de ser o clube com a maior dívida líquida do país, na casa dos R$ 1,9 bilhão, o Timão figura com destaque entre os cinco clubes com as maiores receitas do Brasil e ultrapassa R$ 1,1 bilhão no ano.
Essa dualidade traduz o paradoxo dos grandes clubes brasileiros: investir pesado para manter a competitividade no campo, mesmo com um desafio financeiro formidável.
O aumento da dívida e os desafios de gestão
O crescimento da dívida corintiana, que aumentou cerca de 18% em 2024 em comparação com 2023, decorre da soma de passivos antigos, contratos complexos e da antecipação de receitas para viabilizar investimentos no elenco e na estrutura do clube.
O alto custo financeiro se mostra no pagamento de quase R$ 300 milhões em juros somente ao longo do ano, somado a um déficit operacional superior a R$ 180 milhões, números que deixam clara a necessidade de uma gestão ainda mais rigorosa no médio e longo prazo.
Investimentos em competitividade
No entanto, o Corinthians não deixa que o cenário financeiro conturbado atrapalhe sua busca por resultados esportivos. O clube aplicou aproximadamente R$ 405 milhões na folha salarial em 2024, o que o coloca entre os maiores investidores no elenco do país.
Um dos destaques é a contratação do atacante Memphis Depay, o reforço mais caro e de maior impacto do clube no momento. Com passagem por grandes clubes europeus, Memphis chegou para oferecer qualidade técnica, experiência e maior poder ofensivo ao Corinthians, esperança de alavancar o desempenho no Campeonato Brasileiro e na Copa do Brasil. Além dele, o clube buscou reforços como Rodrigo Garro.
Essa mistura entre a chegada de estrelas e a renovação com jogadores que trazem frescor ao elenco demonstra o esforço do clube em encontrar o equilíbrio entre imediatismo e sustentabilidade esportiva. O objetivo é garantir resultados que mantenham a torcida engajada e o clube em evidência, mesmo diante de uma estrutura financeira pesada.
Em termos de receita, o Corinthians mantém pilares sólidos, incluindo os direitos de transmissão, marketing, bilheteria e a exploração comercial da própria Neo Química Arena, fonte crucial para balizar essas contas milionárias. Ainda assim, o desafio fundamental continua sendo o controle das finanças para evitar que o peso da dívida comprometa o futuro e inviabilize investimentos futuros.
Fontes de receita e sustentabilidade financeira
O Corinthians mantém uma base sólida de receitas, provenientes de direitos de transmissão, patrocinadores nacionais e internacionais, exploração comercial da Neo Química Arena, bilheteiras e sócios-torcedores. Essas fontes asseguram o fluxo financeiro necessário para bancar a folha salarial e manter a estrutura esportiva.
No entanto, o grande desafio continua sendo transformar esses investimentos em resultados concretos, tanto dentro de campo quanto na reestruturação financeira, para reduzir a dívida histórica e garantir a sustentabilidade do clube no futuro.