Esporte

Finalistas da Copa de Clubes, PSG e Chelsea possuem parcerias com casas de apostas

Dos 32 clubes que disputaram o Mundial de Clubes, 17 tinham ligação com bets

Se no Brasil o mercado de apostas está aquecido e presente em 100% do Campeonato Brasileiro, nos outros continentes essa propriedade é menor, mas não foge muito à regra (Jean Catuffe/Getty Images)

Se no Brasil o mercado de apostas está aquecido e presente em 100% do Campeonato Brasileiro, nos outros continentes essa propriedade é menor, mas não foge muito à regra (Jean Catuffe/Getty Images)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 13 de julho de 2025 às 11h47.

Última atualização em 13 de julho de 2025 às 11h49.

Se no Brasil o mercado de apostas está aquecido e presente em 100% do Campeonato Brasileiro, nos outros continentes essa propriedade é menor, mas não foge muito à regra. Dos 32 times que iniciaram a primeira fase da Copa do Mundo de Clubes da Fifa, 17 deles possuem parcerias com casas de aposta, entre eles os finalistas da competição, PSG e Chelsea. Nas duas equipes, a exposição não está na camisa, mas as bets utilizam os espaços institucionais para promover divulgações, promoções e anúncios.

No PSG, a parceria com a 1xBet acontece desde meados de 2022. Em maio, um mês antes do início do Mundial, fez um post nas redes sociais, nos diferentes países onde tem conta, para promover uma divulgação.

Já o Chelsea anunciou em janeiro deste ano o patrocínio com a Roobet, e no comunicado, informou que para a parceria visava a América Latina e o Canadá, permitindo a visibilidade de marca e alcance em 32 mercados-chave, aprimorando a experiência de seus usuários com conteúdo promocional e campanhas exclusivas.

“A presença das casas de aposta em clubes como PSG e Chelsea mostra como esse mercado se tornou global e estratégico para o futebol. Junto com essa expansão, cresce também a responsabilidade de promover uma cultura de jogo consciente. O entretenimento precisa vir acompanhado de informação, limites e orientação”, afirma Daniel Fortune, influenciador digital especializado em Jogo Responsável.

Dos 17 times que disputaram o Mundial e possuem parcerias com bets, 6 deles estão na América do Sul, sendo os 4 brasileiros (Botafogo, Flamengo, Fluminense e Palmeiras) e os 2 argentinos (Boca Juniors e River Plate), todos no máster. Os outros 11 se dividem entre as equipes de diversos continentes, e entre os principais estão a Internazionale-ITA e o Porto-POR, únicos de fora do continente sul-americano com exposição no principal espaço do uniforme.

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Também possuem a logomarca na camisa, mas não no máster, o Benfica-POR e o Pachuca-MEX. Ainda sobra 7 equipes que têm algum tipo de parceria com as bets, mas sem publicidade na camisa, casos de PSG-FRA, Real Madrid-ESP, Bayern de Munique-ALE, Manchester City-ING, Chelsea-ING, Juventus-ITA e Auckland City-NZL.

"É um mercado maduro e regulamentado em vários países, comprovando uma realidade de investimento nas principais ligas do mundo; algumas mais, outras menos, mas que demonstram a importância desta indústria global no futebol", diz Filipe Molon, Diretor Comercial da Ana Gaming, presente em quatro clubes da elite brasileira.

Apesar de não seguir a mesma regra que o Brasil, o patrocínio ou relação das bets com os clubes europeus é expressiva. Na Primeira Divisão da Itália, 10 dos 20 times possuem parcerias com bets (Internazionale, Milan, Juventus, Lazio, Fiorentina, Torino, Udinese, Como, Monza, Lecce); apenas 1 está no máster (Internazionale), enquanto que 5 deles não possuem nenhuma exposição na camisa.

"Com bases de fãs significativamente grandes e fiéis, patrocínios esportivos podem funcionar bem para marcas que buscam reconhecimento, notoriedade e retenção. Em um mercado regulamentado em crescimento como o de apostas no Brasil, torneios como a Copa do Mundo de Clubes da FIFA podem fazer maravilhas para o crescimento da marca entre as operadoras. De fato, times da Série A brasileira já exibem os logotipos de nossos clientes. As abordagens para tais patrocínios diferem em todo o mundo, é claro, e apoiamos aqueles que permitem entretenimento sem comprometer a proteção dos jogadores", afirma Alex Rose, CEO da InplaySoft, empresa inglesa que atua diretamente na criação e no desenvolvimento de plataformas e provedores para as casas de apostas.

Considerado o maior rival da equipe italiana, o Milan conta com um elo inédito com o setor de apostas esportivas do Brasil. Regulamentada junto ao Governo Federal para operar no país, a Reals se tornou, em abril, Parceira Regional Oficial de Apostas⁷ do Milan na América Latina, sendo a primeira brasileira do setor a patrocinar um gigante europeu.

“Realizar uma parceria com um clube de enorme alcance e repercussão como o Milan é um prazer imenso. Entre as empresas do setor de apostas criadas no Brasil e que estão autorizadas a operar no país, fomos a primeira a firmar esse tipo de acordo internacional. Com ele, a Reals anda a passos largos para consolidar cada vez mais a sua marca como referência entre os principais patrocinadores do universo esportivo, firmando sua posição como uma companhia sólida e de confiança para os apostadores”, afirma Rafael Borges, CEO da Reals.

Pegando como base as principais ligas do mundo, quem mais se aproxima do Brasil é Portugal. Dos 18 clubes da elite, 12 são patrocinados por alguma bet (67%), sendo que 11 estão no máster. São eles Sporting, Benfica, Porto, Braga, Famalicão, Vitória, Rio Ave Arouca, Estoril Praia, Gil Vicente, Moreirense, Santa Clara e Farense.

Na Premier League, considerada a liga onde 'tudo começou' envolvendo patrocínios com casas de aposta, 15 das 20 equipes possuem parcerias com bets (75%). 6 estão no máster (Aston Villa, West Ham, Brentford, Wolverhampton, Fulham e Everton), enquanto 8 desses clubes possuem apenas algum tipo de parceria, mas sem exposição em qualquer propriedade do uniforme (Manchester City, Arsenal, Chelsea, Liverpool, Tottenham, Manchester United, New Castle e Brighton).

Na Bundesliga, da Alemanha, 11 dos 18 times (61%) têm parcerias com casas de aposta (Bayer Leverkusen, Borussia Dortmund, Eintracht Frankfurt, Freiburg, Werder Bremen, Union Berlim, Mainz 05, Augsburg, Heidenheim, 1899 Hoffenheim e Holstein Kiel), mas somente 1 deles com exposição na camisa, na manga, caso do Holstein Kiel.

Já na La Liga, da Espanha, 5 dos 20 clubes possuem parcerias com bets, mas nenhum no uniforme, casos de Real Madrid, Barcelona, Athletic Bilbao, Deportivo Alavés e Celta de Vigo.

Na Ligue 1, da França, 9 dos 18 times (50%) são patrocinados por empresas do segmento (Paris Saint-Germain, Monaco, Lille, Nice, Lyon, Stade Reims, Le Havre, Saint-Etiénne e Angers); apenas 1 está no máster (Le Havre), enquanto 6 deles não aparecem no uniforme.

Na própria Inglaterra, chama a atenção também a Segunda Divisão, chamada de Championship, cujo investimento em reforços nesta janela de janeiro esteve no Top-5 entre as maiores ligas do mundo. E em patrocínios com bets, eles também se sobressaem, com 12 dos 24 times sendo parceiros com empresas do segmento.

"Os patrocínios das casas de apostas se tornaram fundamentais para o financiamento e sustentabilidade dos clubes. Como uma das principais fontes de renda para as equipes da Série B, que recebem premiações inferiores às da elite do Campeonato Brasileiro, as empresas de apostas ajudam as instituições com pagamentos e contratações, e também favorecem a imagem do clube na mídia. Além disso, há uma captação maior de fãs, especialmente aqueles ativos no mercado de apostas, uma vez que as empresas oferecem benefícios para os torcedores e sócios do time," afirma Renê Salviano, especialista em marketing esportivo e CEO da agência Heatmap, que já intermediou contratos entre clubes e empresas de aposta.

Regras em alguns países são diferentes

Na Inglaterra, principal mercado deste segmento em todo o mundo, os clubes da Premier League não poderão mais anunciar casas de apostas na parte da frente das camisas a partir da temporada 2026/27, mas continuarão livres para expor essas marcas nas mangas dos uniformes, em placas publicitárias ou em backdrops e painéis de entrevistas.

"As casas de apostas assumiram papel de destaque no cenário de patrocínios, abrangendo as áreas de esportes e eventos, com ênfase no futebol. Embora em alguns países esse mercado já esteja consolidado, no Brasil, apesar de termos um mercado em desenvolvimento desde dezembro de 2018, ainda estamos em processo de compreensão da dinâmica após o início da regulamentação em janeiro deste ano. O caminho não é a proibição da publicidade das casas de aposta, mas sim a educação e conscientização dos apostadores. Além do fato que o setor tornou-se um pilar de sustentação da indústria esportiva, de modo que, sem esse apoio, a situação financeira dos clubes e dos campeonatos seria crítica", explica Ricardo Bianco Rosada, fundador da consultoria brmkt.co que atua nas áreas de Estratégia, Branding, Marketing e Desenvolvimento de Negócios.

Já o número de poucas bets nos times espanhóis, sendo que nenhum está no uniforme, se deve às novas regras no país: desde 2020 passou a ser proibída a exposição de marcas nas camisas, assim como de dar nome aos estádios às plataformas de apostas na venda dos naming rights.

“A regulamentação separa o joio do trigo, garantindo apenas a presença de empresas sérias e com credibilidade no mercado. Além disso, cria novas oportunidades para atrair o interesse de operadores internacionais, consolidando o Brasil como um dos mercados mais relevantes do mundo no setor, especialmente no segmento esportivo. Com um enorme potencial de expansão a longo prazo, o país se destaca como um destino estratégico para investimentos em jogos e apostas”, acrescenta Leonardo Henrique Roscoe Bessa, consultor do Conselho Federal da OAB e sócio do Betlaw, escritório de advocacia especializado no setor de jogos e apostas.

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