Esporte

Justiça aceita ação de Massa contra Fórmula 1 sobre 'conspiração' de 2008

O ex-piloto ressalta que sua ação não busca retirar o título de Hamilton, mas corrigir uma injustiça

Massa afirma que a Fórmula 1, Ecclestone e a FIA atuaram em conjunto para esconder o caráter intencional do acidente provocado por Nelson Piquet Jr. (Mark Thompson/Getty Images)

Massa afirma que a Fórmula 1, Ecclestone e a FIA atuaram em conjunto para esconder o caráter intencional do acidente provocado por Nelson Piquet Jr. (Mark Thompson/Getty Images)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter

Publicado em 20 de novembro de 2025 às 13h57.

O juiz Robert Jay, da Suprema Corte britânica em Londres, aceitou nesta quinta-feira o processo movido por Felipe Massa contra a Fórmula 1, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) e Bernie Ecclestone, ex-chefe da categoria, em relação ao título mundial de 2008.

Os réus tentaram barrar o avanço da ação ainda em sua fase inicial, mas a Corte rejeitou os argumentos apresentados e concluiu que a tese de conspiração possui fundamento plausível e perspectiva real de sucesso. Com isso, o caso seguirá para julgamento.

“Esta é uma vitória extraordinária, um dia muito importante para mim, para a justiça e para todos os apaixonados pela Fórmula 1”, declarou Massa. 

Acidente em Singapura

Massa afirma que a Fórmula 1, Ecclestone e a FIA atuaram em conjunto para esconder o caráter intencional do acidente provocado por Nelson Piquet Jr. no GP de Singapura de 2008..

“O acidente proposital me tirou um título mundial e as autoridades preferiram encobrir os fatos em vez de defender a integridade do esporte. Eles fizeram de tudo para impedir o processo, mas nossa luta é por justiça. A verdade prevalecerá no julgamento”, disse Massa.

Ele acrescentou estar “mais determinado e confiante do que nunca”, afirmando que a "busca pela verdade é também pelos brasileiros, pelos fãs do automobilismo e pelo futuro da Fórmula 1".

“Singapuragate”

A ação, protocolada em 2024, tem como base o escândalo conhecido como “Singapuragate” ou “Crashgate”. No GP de Singapura de 2008, a Renault ordenou que Nelsinho Piquet provocasse um acidente para forçar a entrada do safety car e beneficiar Fernando Alonso, que venceu a prova.

Na ocasião, Massa liderava a corrida pela Ferrari, mas perdeu tempo no pit stop após a mangueira de abastecimento ficar presa no carro e terminou em 13º lugar. O brasileiro perdeu o título para Lewis Hamilton por apenas um ponto. Caso a corrida tivesse sido anulada, Massa seria campeão.

O ex-piloto ressalta que sua ação não busca retirar o título de Hamilton, mas corrigir uma injustiça, permitindo o reconhecimento de ambos como campeões de 2008. “Minha luta não é contra Lewis, mas contra uma corrida manipulada. Isso é sobre justiça”, afirmou.

O escândalo só veio à tona em 2009, revelado pelo jornalista Reginaldo Leme durante transmissão da TV Globo. Flavio Briatore, chefe da Renault, e Pat Symonds, diretor de engenharia, chegaram a ser banidos da Fórmula 1, mas reverteram a decisão na justiça francesa. Nelsinho Piquet foi demitido no fim de 2008 e não voltou a competir na categoria.

Entrevista de Ecclestone

Em agosto de 2023, uma entrevista de Bernie Ecclestone ao site alemão F1 Insider fez Massa decidir levar o caso aos tribunais. Ecclestone revelou que já sabia do escândalo em 2008, mas optou por não divulgar para proteger a Fórmula 1 e a FIA. Ele afirmou considerar Massa o legítimo campeão mundial.

“Max Mosley (presidente da FIA na época) e eu fomos informados durante a temporada de 2008 sobre o que havia acontecido em Singapura. Decidimos não fazer nada. Queríamos proteger o esporte de um grande escândalo. Havia uma regra de que a classificação do campeonato era intocável após a cerimônia de premiação. Então, Hamilton recebeu o troféu e tudo estava encerrado”, disse Ecclestone na ocasião.

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