( Juan Manuel Serrano Arce /Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 9 de julho de 2025 às 16h30.
Última atualização em 9 de julho de 2025 às 16h32.
A condenação de Carlo Ancelotti, técnico da seleção brasileira, a um ano de prisão por fraude fiscal, foi anunciada pela Físcalia, espécie de Ministério Público da Espanha, nesta quarta-feira. A notícia surgiu como uma surpresa para o universo do futebol, mas está longe de ser novidade para personalidades do esporte.
Em 2017, Lionel Messi foi condenado pelo Tribunal Supremo da Espanha a 21 meses de prisão por fraude fiscal. Na época, o craque argentino recorreu da sentença, mas em vão, já que a Justiça considerou que o jogador, ao lado de seu pai, sonegou impostos em declarações à Fazenda sobre as receitas com direitos de imagem.
Segundo noticiou a imprensa espanhola na época, Messi não cumpriu a pena porque era réu primário e a condenação era inferior a 24 meses, o que lhe garantiu esse direito segundo a lei do país. A punição foi convertida em multa de pouco mais de 2 milhões de euros (R$ 7,6 milhões, na cotação da época).
Em 2019, quando Cristiano Ronaldo estava na Juventus, ele teve que ir até Madri para uma audiência sobre uma acusação de fraude fiscal entre os anos de 2011 e 2014, quando vestia a camisa do Real Madrid. Cristiano fez um acordo com a Justiça espanhola e evitou uma condenação de 23 meses de prisão, mas foi sentenciado a pagar uma multa de 18,8 milhões de euros (R$ 80,2 milhões, na cotação da época).
Assim como Messi, Modric foi condenado por evasão fiscal, mas por não ter antecedentes criminais e ter sido sentenciado a uma pena de oito meses de detenção, abaixo do teto de dois anos estabelecido pela justiça da Espanha, ele conseguiu escapar da prisão. A condenação se deu por declarações ao Fisco entre 2013 e 2014, e, no final, ele pagou uma multa de 1,2 milhão de euros (R$ 5,8 milhões, na cotação da época).
Em 2017, o brasileiro foi acusado pela Receita Federal da Espanha de cometer um delito fiscal sobre os seus rendimentos de direitos de imagem do ano de 2013. Em 2015, Marcelo teria feito um pagamento de uma multa de 400 mil euros (cerca de R$ 1,48 milhões, na cotação da época) através de uma empresa em seu nome, mas a alegação da Justiça era de que o jogador deveria ter quitado a cobrança como pessoa física.
Marcelo entrou em acordo com a Justiça espanhola em 2018 e foi sentenciado ao pagamento de uma multa de cerca de 750 mil euros, além de quatro meses de prisão. Mas por ser réu primário e ter colaborado com as investigações, o lateral pagou uma multa de cerca de 196,3 mil euros (R$ 964 mil) e se livrou de ir para a cadeia.
Em 2016, o então volante do Barcelona foi condenado pela Fiscalía a um ano de prisão por evasão fiscal. Ele se declarou culpado pela sonegação de 1,5 milhão de euros em direitos de imagem, utilizando empresas nos EUA e em Portugal. Ele pagou cerca de 1 milhão de euros (R$ 4,38 milhões, na cotação da época), somando o valor da multa aplicada pela justiça, juros e custas processuais.
Em 2020, foi a vez do atacante brasileiro naturalizado espanhol Diego Costa acertar as contas com a justiça. Ele foi acusado de fraudar mais de 1 milhão de euros (R$ 5,6 milhões, na cotação da época), em uma declaração de imposto de renda em 2014. No ano anterior, ele já havia quitado 1,14 milhão de euros (R$ 6,4 milhões) relativo à dívida com a Fiscalía. Ao fim do processo, foi condenado a seis meses de prisão, e outros 579,2 mil euros (R$ 3,56 mi), entre pena e multa.
Com a maior pena de detenção entre todos esses casos, o camaronês Samuel Eto'o foi condenado a 22 meses de prisão pela Fiscalía em 2022. A fraude, de 3,8 milhões de euros (R$ 20,8 milhões, na cotação da época) em declarações de renda entre 2006 e 2009, quando atuava no Barcelona, resultou em uma multa total de 1,8 milhão de euros, cerca de R$9,6 mi. O então representante do jogador, José María Mesalles, também foi condenado a 22 meses de detenção, mas a penalização financeira fou de R$4,8 mi.