Redação Exame
Publicado em 8 de julho de 2025 às 10h51.
Um levantamento das duas últimas temporadas mostra que o Chelsea gastou 20 vezes mais que o Fluminense com contratações. Desde 2023, o clube inglês investiu nada menos do que R$ 5,2 bilhões, enquanto o Fluminense gastou R$ 244 milhões.
Os dois times se enfrentam na semifinal da Copa do Mundo de Clubes, o que destaca ainda mais o abismo financeiro entre as equipes.
De todos os times que disputaram a Copa de Clubes, o Chelsea lidera a lista, seguido por clubes como PSG, com R$ 4,4 bilhões, Monterrey-MEX, com R$ 3 bilhões, Bayern de Munique, com R$ 2,1 bilhões, Real Madrid, com R$ 1,6 bilhões, e Borussia Dortmund, com R$ 1 bilhão.
"Esses números sempre atraem atenção dos torcedores, e geram uma falsa impressão de que uma equipe, por custar muito mais, fica obrigada a vencer outra. A diferença entre atletas de diferentes faixas salariais é, muitas vezes, imperceptível ao leigo", explica Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil. Ele destaca que, em um jogo de futebol, os fatores que determinam o sucesso não estão apenas nas habilidades técnicas, mas também nos momentos de concentração e sacrifício.
O Chelsea também figura entre os times com maiores valores de mercado, avaliados em 1,2 bilhões de euros. O time inglês é o segundo entre os classificados para a semifinal da Copa do Mundo de Clubes, atrás apenas do Real Madrid, avaliado em 1,3 bilhões de euros. O Bayern de Munique vem em seguida, com 913 milhões de euros, enquanto o Fluminense está avaliado em apenas 86 milhões de euros.
"A discrepância de gastos é ainda mais evidente quando entendemos os diferentes perfis de investimento", aponta Alexandre Vasconcellos, gerente regional da Flashscore no Brasil. Ele explica que o Chelsea investe em jogadores de alto valor, tanto jovens promissores quanto atletas já estabelecidos. O Al Hilal, por exemplo, foca em atletas com valor de mercado estável ou em declínio devido à idade, o que pode gerar um gasto maior em contratações, embora o valor de mercado não seja proporcional.
Por outro lado, o Fluminense aposta em uma combinação de atletas renomados, mas em fase avançada da carreira, com promessas da base e jogadores de perfil mais modesto. "Isso faz com que a diferença entre o Chelsea e o Fluminense seja ainda maior", complementa Vasconcellos.
Renê Salviano, CEO da Heatmap e especialista em marketing esportivo, destaca que, embora o investimento em contratações seja importante, ele não é o único fator determinante para o sucesso. As grandes equipes fazem suas aquisições baseadas em uma análise detalhada, considerando aspectos psicológicos, técnicos e táticos. "As contratações estão diretamente ligadas ao objetivo de conquistar títulos", afirma Salviano.
Alexandre Mota, Diretor de Criação da End to End, lembra que a diferença de valor dos elencos, como no caso de clubes classificados para as quartas de final, reforça a ideia de que a contratação de jogadores caros muitas vezes é mais um produto de marketing. "Em uma partida, a qualidade técnica pode se sobressair e causar surpresas, quando o tático e o físico não equilibram", explica Mota.