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Na Azzas, o novo comando da Hering virá por meio de uma aquisição

Grupo está em fase final de negociação para aquisição de uma marca de calçados fundada por dois ex-executivos, que assumirão o comando da unidade de vestuário básico

Hering: Novo comando da companhia não deve vir do segmento têxtil (Grupo SOMA/Divulgação)

Hering: Novo comando da companhia não deve vir do segmento têxtil (Grupo SOMA/Divulgação)

Natalia Viri
Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Publicado em 4 de setembro de 2025 às 14h46.

Última atualização em 4 de setembro de 2025 às 14h54.

O grupo Azzas 2154 está na etapa final de negociação da compra da Cariuma, uma marca de tênis sustentáveis fundada por dois ex-executivos da Arezzo, David Python e Fernando Porto.

Mais do que completar o portfólio, a compra deve trazer consigo o novo comando da Hering: Python ficará como CEO da unidade de básicos do grupo, no lugar de Thiago Hering, cuja saída foi anunciada ontem, apurou o INSIGHT.

O plano da Azzas era comunicar a troca simultaneamente quando a transação tivesse sido fechada, mas com o vazamento da notícia da saída de Thiago, o anúncio ao mercado foi antecipado. A expectativa é que tudo seja concluído até o fim do mês.

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Fundada em 2018, a Cariuma é uma marca de tênis, que opera no território casual e do skate, e feita a partir de materiais sustentáveis. A companhia levantou cerca de US$ 50 milhões com fundos de venture capital e chegou a ganhar tração, especialmente nos Estados Unidos e na Ásia, que foram seus mercados-foco.

Mas vinha enfrentando dificuldades mais recentemente para ganhar escala, dado seu perfil mais nichado. Neste ano, as tarifas de Donald Trump complicaram ainda mais o cenário, encarecendo o custo de produção.

Sob a Azzas, a marca Cariuma seria mantida, com sinergias na cadeia de produção e distribuição também da divisão de calçados da Arezzo e da Reserva Go. Seria uma rara aquisição num momento em que a companhia vem se descontinuando diversas marcas – como Dzarm e Alme – para dar mais foco nos negócios principais.

Antes de fundar a Cariuma, Python trabalhou da Arezzo entre 2011 e 2016, e foi número 2 da marca Schutz, fundada por Alexandre Birman, hoje CEO do grupo Azzas. É visto como um gestor versátil, mas não traz experiência no setor têxtil.

Segundo fontes próximas à companhia, Fernando Porto, seu sócio na Cariuma, mais responsável pela parte de produto, viria como número 2 na Hering.

Além de também ter passado pela Arezzo, onde é conhecido por ter introduzido a categoria de bolsas na Schutz, Porto conhece o segmento de vestuário, com uma passagem de 5 anos pela Richards.

Após a saída de Thiago Hering, as ações da Azzas lideram as quedas do Ibovespa, com recuo de 1,61%. A principal preocupação do mercado é com o turnover elevado da companhia: desde a fusão entre Soma e Arezzo, anunciada há pouco mais de um ano, os líderes de todas as unidades de negócio deixaram suas posições.

Procurada, a Azzas disse que "não comenta rumores de mercado".

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