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Especialista em criptoativos
Publicado em 19 de outubro de 2025 às 11h00.
Depois do flash crash que deixou até mesmo os investidores mais experientes desorientados, as criptomoedas seguem sob pressão nesta segunda metade de outubro.
A semana começou com o bitcoin ensaiando uma recuperação após viver a maior liquidação diária da história no mercado cripto, que derrubou a moeda para próximo dos US$ 102 mil, em 10 de outubro.
Na segunda-feira, 13, o bitcoin voltou a ser cotado a US$ 114 mil, mas engatou nova queda. Na sexta (17) pela manhã, mais liquidações atingiram traders que apostavam na retomada da alta, empurrando o preço do ativo abaixo dos US$ 104 mil.
O flash crash de 10 de outubro é um evento que vai ficar na memória: varreu US$ 19 bilhões em posições, com 1,6 milhão de traders liquidados, nove vezes o recorde anterior, segundo dados do Coinglass.
Muitas altcoins perderam de 80% a 90% de seu valor. O Índice de Medo e Ganância despencou de 64 para 27.
Nesta sexta-feira, 17, o indicador perdeu ainda mais força, atingindo o patamar de Medo Extremo, em 22 pontos.
Diante desse ambiente turbulento, é natural surgirem dúvidas: será que o bitcoin não sobe mais? A bull run acabou? O que fazer agora? Vamos entender.
O principal motor desse movimento é a incerteza geopolítica, especialmente as tensões comerciais entre Estados Unidos e China, que têm gerado cautela e redução de exposição a ativos de risco.
Em 10 de outubro, o flash crash (quando o preço cai repentinamente em minutos) foi resultado de liquidação em cascata de posições alavancadas.
Ou seja: não se tratou de uma saída em massa de holders de longo prazo, o que poderia indicar desconfiança dos investidores, mas sim de liquidações em série de posições alavancadas.
O catalisador da queda relâmpago foi o anúncio do presidente norte-americano, Donald Trump, de que taxaria as exportações da China em 100%.
Já na sexta-feira, 17 de outubro, a criptoesfera viu mais liquidações, empurrando o bitcoin abaixo dos US$ 104 mil.
O motivo? O medo de uma crise de crédito. A forte queda das ações de bancos regionais nos EUA, segundo os analistas, reacendeu o temor de uma crise parecida com a do Silvergate Bank em março de 2023 e deixou o mercado apreensivo.
Tudo isso gera um clima de aversão ao risco e leva os investidores a se refugiarem em ativos considerados menos voláteis, como ouro e títulos do Tesouro dos EUA.
Na tarde de sexta-feira, 17, a moeda chegou a reagir, operando no patamar dos US$ 107 mil.
Por outro lado…Apesar do momento desafiador, existem alguns fatores que podem ajudar a recuperar o fôlego do mercado.
Um dos mais importantes é o cenário de liquidez global, que segue favorável na visão dos analistas.
A QCP Capital apontou, em nota recente, que o mercado já deixou de reagir só com foco nas taxas de juros. Hoje, os preços das criptomoedas refletem também a liquidez que bancos centrais injetam e os fluxos de capital internacional, fatores que podem sustentar a demanda mesmo sem cortes agressivos do Fed.
Ainda assim, apesar das preocupações sobre os bancos regionais, dirigentes do banco central norte-americano reforçaram as apostas em novos cortes de juros.
Este contexto de liquidez também ajuda a explicar o crescimento do interesse institucional por bitcoin. No terceiro trimestre, o número de empresas de capital aberto com bitcoin em seus balanços subiu quase 40%, alcançando 172, segundo dados da Bitwise e Bitcoin Treasuries.
Juntas, essas companhias tinham mais de 1,02 milhão de bitcoins, avaliados em cerca de US$117 bilhões. O valor chegou a US$118,4 bilhões nas semanas seguintes. Mesmo com a volatilidade, o interesse institucional pelo ativo segue firme.
Dito tudo isso, sabemos que este é um momento que exige extremo cuidado. Por isso, você deve começar por evitar os erros clássicos que se repetem nas correções:
Vender tudo por impulso: o medo leva à realização de perdas e à perda do upside na recuperação.
Manter alavancagem: esse foi o principal gatilho do colapso. Insistir nela é multiplicar o risco.
Ignorar plano e limites de risco: definir tamanho de posição e usar ferramentas de proteção, como o “stop” das corretoras, ajuda a impedir que pequenas perdas se transformem em prejuízos grandes.
Correções como oportunidades
Quedas não significam fim de ciclo. O movimento atual pode representar oportunidades de entrada para acumular ativos com desconto e melhorar o seu preço médio.
Use DCA (Dollar-Cost Averaging): escalonar suas compras ao longo do tempo diminui o risco de entrar no momento errado do mercado.
Priorize qualidade: foque em ativos com fundamentos sólidos, como BTC, ETH e projetos com produto e liquidez.
Use dados on-chain para orientar decisões: métricas como preço médio dos holders de curto prazo, taxa de funding (que indica sentimento em contratos futuros) e saldo líquido de exchanges ajudam a acompanhar acumulação, distribuição e comportamento dos investidores.
Observe acumulação institucional: compras de empresas e ETFs sugerem demanda estrutural, mesmo que não indiquem uma alta imediata.
O recado final é: aproveite o momento para estudar em vez de sair agindo no impulso. No fim das contas, mercados em queda são testes de disciplina. Quem não se deixar levar pelo pânico terá melhores chances de sair na frente.
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