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Bitcoin desafia o “setembro vermelho” e mostra nova fase de maturidade

Este ano, contudo, o bitcoin contrariou a lógica. Setembro encerrou com uma valorização, resultado que projeta o mês como um dos mais sólidos para a criptomoeda nos últimos anos

 (Reprodução/Reprodução)

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Bárbara Espir
Bárbara Espir

Country Manager da Bitso Brasil

Publicado em 11 de outubro de 2025 às 10h00.

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O bitcoin vem se consolidando como uma classe de investimento mais madura e relevante dentro do sistema financeiro global. Ao longo de 2025, o ativo digital tem reiterado sua capacidade de desafiar ciclos históricos de mercado e de desmistificar crenças que, durante décadas, orientaram investidores em ativos tradicionais. O mês de setembro, tradicionalmente marcado pela aversão ao risco e conhecido como “setembro vermelho”, é um exemplo recente e expressivo dessa mudança de comportamento.

Historicamente, setembro figura entre os piores meses para os mercados de ações e de ativos de risco. Índices globais acumulam quedas nesse período, alimentando a percepção de que o mês concentra movimentos de correção e volatilidade acima da média.

Este ano, contudo, o bitcoin contrariou a lógica. Apesar da intensa oscilação registrada nas primeiras semanas, o mês se encerrou com uma valorização acima de 5%, resultado que projeta setembro como um dos mais sólidos para a criptomoeda nos últimos anos.

Esse desempenho revela um ativo que já não se limita a reproduzir tendências tradicionais. O bitcoin passa a responder a fatores mais estruturais, como o avanço da regulação em grandes economias, a entrada consistente de investidores institucionais e a crescente liquidez de mercado. Esses elementos contribuem para que o ativo se descole do estigma de volatilidade descontrolada e se consolide como alternativa legítima de diversificação em portfólios de médio e longo prazo.

Curioso lembrar que por muitos anos o bitcoin foi visto como um experimento digital restrito a um nicho de entusiastas. Sua volatilidade extrema e a ausência de regulamentação fortaleciam a imagem de um ativo especulativo, incapaz de conquistar espaço no sistema financeiro.

A trajetória recente, no entanto, mostra uma transformação significativa. Hoje, fundos globais, gestoras tradicionais e até tesourarias corporativas consideram o ativo em suas estratégias, sinalizando um amadurecimento que vai muito além da valorização de curto prazo - e inclusive sendo visto por muitos como um investimento essencial de longo prazo.

O rompimento do mito do “setembro vermelho” reforça a percepção de que o bitcoin deve ser analisado sob parâmetros próprios. Mais do que se mover em linha com ciclos sazonais, a criptomoeda vem demonstrando resiliência em momentos de instabilidade e capacidade de atrair fluxos em busca de proteção diante de cenários macroeconômicos desafiadores.

Dessa forma, os fundamentos do bitcoin passam a ser cada vez mais pautados por questões de longo prazo, como a escassez programada, a adoção tecnológica e o fortalecimento de sua infraestrutura de mercado.

Outro fator relevante é a evolução do ambiente regulatório. Países desenvolvidos vêm avançando em marcos que trazem maior clareza às regras de negociação, custódia e tributação. Esse processo não apenas fortalece a confiança dos investidores institucionais como também amplia a base de participantes no mercado.

No Brasil, a regulação de prestadores de serviços de ativos virtuais já caminha para a fase de implementação, um passo importante para consolidar a segurança jurídica e estimular o desenvolvimento do setor.

A resiliência exibida neste período reforça que o bitcoin deixou de ser uma aposta arrojada e passou a ocupar um espaço estratégico em discussões sobre o futuro dos investimentos. Ao desafiar previsões históricas e quebrar ciclos tradicionais, ele amplia seu papel como criptoativo capaz de diversificar carteiras e oferecer proteção diante de incertezas macroeconômicas.

E o que vem pela frente pode ser ainda mais significativo. Outubro é conhecido no universo cripto como “Uptober”, em referência à sequência de desempenhos positivos que o bitcoin historicamente registra neste mês. Ainda que comportamentos passados não determinem o desempenho futuro em um mercado imprevisível, há uma expectativa de que, após encerrar setembro em alta, esse padrão positivo possa se repetir em 2025.

Embora o mercado de criptoativos ainda esteja sujeito a volatilidade e incertezas, a combinação de fundamentos mais sólidos, adoção institucional crescente e ambiente regulatório em evolução cria um terreno fértil para a possibilidade do “Uptober” manter sua tradição. Caso se confirme, outubro poderá reforçar não apenas a narrativa de amadurecimento do bitcoin, mas também sua capacidade de se consolidar como um ativo indispensável no portfólio global de investimentos.

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