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Editora do Future of Money
Publicado em 29 de setembro de 2025 às 09h31.
O aplicativo latino-americano de stablecoins El Dorado anunciou a expansão de suas operações para o Brasil. A plataforma, criada por dois empreendedores venezuelanos, oferece integração com o Pix para compra e venda de “dólar digital” e transferências instantâneas, buscando facilitar transações em moeda digital.
O uso das stablecoins, criptomoedas que acompanham o valor de outros ativos, geralmente o dólar, foi intencional para promover a liberdade financeira na região, em que muitos países sofrem com a hiperinflação.
A Venezuela foi o berço e ponto de partida dos fundadores do projeto e se relaciona à grave crise econômica enfrentada pelo país, marcada por hiperinflação e desvalorização da moeda local, fatores que motivaram a busca por alternativas em stablecoins, ou o "dólar digital". A população venezuelana tem recorrido cada vez mais a soluções digitais para preservar seu poder de compra e realizar transações internacionais.
"A experiência na Venezuela, marcada por uma perda constante do poder de compra e pela instabilidade econômica, evidenciou a urgência de contar com alternativas para preservar valor. Nesse contexto, ficou claro que soluções financeiras tradicionais não eram suficientes. A El Dorado nasceu dessa necessidade, com o objetivo de oferecer uma ferramenta prática e segura que pudesse proteger o patrimônio das famílias e facilitar o acesso a transações básicas em meio à adversidade", disse Guillermo Goncalvez, cofundador e CEO da El Dorado.
"Cada decisão que tomamos tem como base a experiência real de quem já viveu as limitações de um sistema financeiro instável e busca oferecer às pessoas alternativas confiáveis para gerenciar suas finanças", acrescentou o executivo.
Entre as funcionalidades lançadas está a conta virtual em dólar destinada a brasileiros, que permite que freelancers e profissionais recebam pagamentos diretamente dos Estados Unidos sem a necessidade de abrir conta no exterior.
De acordo com a empresa, mais de 90 mil migrantes utilizam o aplicativo para enviar dinheiro a suas famílias, destacando a possibilidade de realizar remessas a custos inferiores aos praticados por casas de câmbio tradicionais e com maior rapidez.
"As stablecoins têm potencial para se tornar a espinha dorsal dos pagamentos e remessas na região. Elas já se mostram mais rápidas, acessíveis e econômicas do que os meios tradicionais. No futuro, acreditamos que estarão plenamente integradas ao cotidiano, sendo utilizadas para o recebimento de salários, transferências internacionais e pagamentos diários. Na América Latina, representam não apenas uma inovação tecnológica, mas também um instrumento de inclusão financeira e estabilidade em um contexto de frequente volatilidade econômica", disse Guillermo à EXAME.
Em relação à segurança e ao cumprimento de normas, a El Dorado informa que adota procedimentos de KYC (Conheça seu Cliente) e que a custódia dos ativos digitais é realizada pela BitGo. A plataforma também afirma estar se preparando para atender às regulamentações de Provedores de Serviços de Ativos Virtuais (VASPs) no Brasil.
Atualmente, a El Dorado atua em seis países e conta com cerca de 200 mil usuários. A empresa também recebe investimentos da Coinbase Ventures e participa do programa Berkeley Skydeck.
A expansão no Brasil faz parte da estratégia da El Dorado de ampliar sua presença na América Latina, oferecendo serviços baseados em stablecoins e operações digitais integradas ao sistema financeiro local.
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