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Esses 8 erros podem te custar caro no ciclo de alta das criptomoedas

Você não vai querer perder dinheiro enquanto os outros estiverem lucrando: leia este guia e vire o jogo

 (Reprodução/Reprodução)

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FP
Felippe Percigo

Especialista em criptoativos

Publicado em 24 de agosto de 2025 às 10h00.

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Depois da tensão, o alívio. A semana foi de montanha-russa emocional no mercado cripto, com o bitcoin chegando a ceder quase 10% nos últimos dias.

Na sexta-feira, 22, todos os olhares estiveram voltados para o discurso de Jerome Powell no simpósio de Jackson Hole, que reuniu presidentes de BCs do mundo inteiro.

O presidente do Fed sinalizou que existe um caminho aberto para o primeiro corte nas taxas de juros em setembro. Atualmente, os juros permanecem entre 4,25% e 4,5% ao ano, patamar mantido desde dezembro de 2024.

Após as declarações de Powell no fim da manhã, o mercado reagiu rápido: o BTC saltou de US$ 112.500 para US$ 116.000 em questão de minutos, enquanto o ether se aproximou de um novo recorde no início da tarde, superando US$ 4.800, depois de recuar recentemente para cerca de US$ 4.100.

O que um corte de juros faz em termos práticos?

Quando o Fed corta a taxa básica, o custo de dinheiro fica menor: empréstimos, margem e custo de capital em geral tendem a cair.

Isso normalmente cria mais liquidez no sistema, ou seja, sobra mais dinheiro disponível para ir atrás de ativos de maior risco. E, com maior apetite ao risco, os investidores procuram retornos maiores em ativos mais arriscados.

O otimismo vem no curto prazo, por isso vimos o BTC e o ETH dispararem logo após o discurso.

A dominância do BTC também recuou, de 59,48% para 58,50%, segundo o TradingView, indicando uma rotação de capital para projetos com menor capitalização de mercado, aqueles que podem oferecer maior assimetria e potencial de valorização.

Será esse o impulso que faltava para uma altseason?

Ninguém pode afirmar com certeza, mas um corte nas taxas tende a mudar o cenário. Agora, resta esperar até setembro para saber se será confirmado ou não, acompanhando de perto os indicadores de inflação e emprego nos EUA.

A incerteza permanece, mas o efeito psicológico do anúncio já foi imediato.

Esse tipo de reação instantânea do mercado é natural, mas também acende um alerta: é justamente nessas horas de otimismo repentino que investidores, principalmente os menos experientes, caem em padrões de comportamento que comprometem seus resultados.

Ver o bitcoin saltar em minutos ou a dominância cair pode reforçar a sensação de que “a festa começou”. E é aí que muitos cometem erros que se repetem em todo ciclo de alta.

Onde investidores erram nas altas

Quando os preços sobem, tudo parece simples: qualquer posição parece virar lucro e a confiança aumenta.

O problema é que, nesse mesmo ambiente, surgem gatilhos mentais e comportamentos que podem amplificar perdas quando expectativas se quebram.

Se você quer estar no jogo para o médio e longo prazo, precisa entender essas armadilhas e montar estratégias que protejam seu capital.

Abaixo explico 8 erros que eu vejo repetidos em todas as altas e mostro um caminho prático para evitar danos mais sérios à sua carteira.

Tratar altcoins como se fossem bitcoin

O bitcoin tem características próprias, como liquidez, reconhecimento institucional e perfil de ativo de reserva. Foi uma longa batalha até se consolidar e, finalmente, ser encarado como “ouro digital”.

Já as altcoins, principalmente as menos maduras e de capitalização mais baixa, são apostas de alto risco, pois são projetos que precisam se provar e podem fracassar no meio do caminho. Por outro lado, se derem certo, oferecem ganhos capazes de fazer diferença real na carteira.

A estratégia para altcoins deve ser cuidadosa: alocar só uma parcela mínima do portfólio, ter metas de realização mais agressivas e investir em pesquisas mais aprofundadas sobre tokenomics, time e roadmap.

Superestimar a sua tolerância ao risco

A exposição real e a “tolerância sentida” são diferentes. Muitos testam nível de risco só quando a volatilidade aparece e aí descobrem que não aguentam.

A sugestão prática é começar com posições pequenas. Não tenha pressa e teste a sua reação psicológica durante oscilações fortes de preço, antes de aumentar qualquer alocação.

Só eleve a exposição depois de experimentar essas variações e confirmar que consegue manter a estratégia sem vender no pânico.

Comprar só pela história bonita

Narrativas são sedutoras, mas podem não se traduzir em performance. Um projeto pode ter um whitepaper brilhante e marketing sensacional, mas falhar na execução, distribuição de tokens ou adoção.

O mais prudente é deixar os dados guiarem a sua decisão. Olhe métricas objetivas: volume real de uso, receita do protocolo, distribuição dos tokens (vesting) e capacidade do time. Se a narrativa não se sustenta em números, trate como ruído.

Ignorar para onde o dinheiro grande vai

O investidor de varejo tende a ser mais barulhento, movido por emoções, postagens em redes sociais e hypes passageiros.

Já as grandes alocações, como ETFs, compras por tesourarias e fundos, movem preços de maneira mais silenciosa. Não prestar atenção nesses fluxos é ignorar a engrenagem central que, de fato, sustenta a liquidez.

Para quem está começando na criptoesfera, isso deve significar incorporar fontes simples ao processo de decisão: acompanhar entradas e saídas nos ETFs e anúncios de compras corporativas. Não é uma questão de se tornar analista institucional, mas validar sua tese com dados de fluxo reduz o risco de seguir só o hype.

Desconectar do cenário macro

Como vimos mais acima, os movimentos macro têm sido vetores de influência constante sobre o apetite dos investidores e a dinâmica de capital.

Cripto não existe em um vácuo. Decisões de política monetária, dados de emprego e o sobe e desce do dólar alteram fluxos de risco. Um iniciante que deixa de lado ou subestima o contexto macro tende a ser pego de surpresa.

Coloque no seu calendário eventos-chave simples, como as reuniões do Fed, relatórios de inflação e grandes anúncios econômicos. Ajuste a sua exposição ou hedge (proteção) quando as condições macro mostrarem sinais de pressão.

Complicar antes de fazer o básico

No ímpeto da ganância, muita gente vai atrás de multiplicação a qualquer custo usando inclusive ferramentas mais complexas (derivativos, por exemplo) e estratégias alavancadas. Isso sem nem ter experiência suficiente para lidar com a gestão de risco exigida.

Esses recursos aumentam a probabilidade de erro operacional e de decisão.

Faça um favor a você mesmo e comece com o básico:

DCA (Dollar Cost Averaging): se trata de investir pequenas quantias de forma regular, independentemente do preço, para reduzir o impacto da volatilidade e melhorar o preço médio de aquisição ao longo do tempo.

Gestão simples de risco: definir limites claros de exposição, não colocar todo o capital em um único ativo e manter parte dos recursos em investimentos mais estáveis.

Rebalanceamento: ajustar periodicamente a carteira para manter a proporção entre ativos definida na estratégia, vendendo o que subiu demais e comprando o que ficou para trás.

Acreditar que “desta vez é diferente”

Ainda que este bull market seja mais orientado por força institucional, isso não muda o fato de que ciclos e comportamentos psicológicos se repetem.

A história dos mercados mostra que, mesmo diante de “novos paradigmas”, ciclos de alta não significam que as criptomoedas vão subir para sempre. Correções sempre vão ocorrer.

Essa mentalidade de “desta vez é linha reta para a lua” gera uma cascata de erros: alavancagem excessiva, exposição descontrolada e risco subestimado das correções.

O melhor a se fazer é construir cenários: o cenário base (o que você espera), o pessimista e o otimista. Assim, você pode testar sua carteira contra cada um.

Vender por pânico e realizar perdas

Esse é um dos erros mais básicos, mas, entra ciclo, sai ciclo, muitos acabam reagindo ao ruído do mercado e deixando de seguir a própria estratégia.

Em mercados em alta, quedas de 20% a 40% são comuns. Podem ser bruscas, mas nem sempre indicam o fim da tendência.

Tomar decisões baseadas em emoção e vender sem um plano é o pior movimento que você pode fazer. Os fundamentos continuam lá? Já conferiu os dados on-chain? Ignorar o contexto do mercado pode fazer uma correção natural virar um prejuízo real.

Antes de abrir uma posição, trace uma estratégia para correções, como compras adicionais (DCA), pontos planejados para vender parte da posição e realizar lucro, e limites de perda. Definir essas regras claras evita decisões impulsivas e te ajuda a agir de forma estratégica mesmo durante quedas.

O recado final? A recompensa vem para quem opera com processo: registre o que espera, teste nas correções e ajuste o método. Confiar nos dados é trocar o achismo por probabilidade.

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