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Analista de research da Mynt, plataforma cripto do BTG Pactual
Publicado em 16 de agosto de 2025 às 11h00.
Ethereum voltou ao centro das atenções em 2025. Depois de romper resistências históricas, acumular bilhões de dólares em ETFs e atrair olhares de grandes investidores, o ativo chegou próximo de renovar sua máxima histórica de 2021 e está sendo visto por muitos como “caro demais para entrar agora”.
Essa leitura, porém, ignora sinais claros de que a trajetória do ether ainda está no começo. Olhando para fluxo institucional, contexto macroeconômico, evolução da rede e regulação, o cenário é de maturação acelerada, não de exaustão. Aqui estão quatro pontos que sustentam essa visão.
Os ETFs à vista de Ethereum nos EUA completaram apenas um ano e já somam cerca de US$ 8,7 bilhões em aportes líquidos, com destaque para o ETHA da BlackRock — o ETF não-bitcoin mais rápido a alcançar US$ 10 bilhões em patrimônio.
Mesmo assim, a presença de ether nas carteiras institucionais ainda é exceção. Poucas gestoras concentram a maior parte das posições, e a liquidez secundária está apenas ganhando corpo. Ou seja: o grosso do capital institucional ainda não entrou no jogo.
Com o Federal Reserve se preparando para cortar juros — potencialmente já em setembro —, o rendimento do caixa e dos Treasuries curtos vai encolher. Isso aumenta o apelo de ativos que oferecem retorno embutido, como o staking do Ethereum.
Se a SEC aprovar ETFs de ether com staking, o investidor poderá acessar, em um único produto, valorização de preço e rendimento anual de 2% a 3%. Em um ambiente de juros mais baixos, essa relação risco-retorno se torna ainda mais atraente.
O mercado de ether está se beneficiando de avanços regulatórios concretos. Nos EUA, a SEC já diferenciou o protocol staking de oferta de valores mobiliários, reduzindo incertezas jurídicas.
O Genius Act, que disciplina stablecoins, deve impulsionar ainda mais a demanda por uso da rede — já que Ethereum é o principal “lar” dessas emissões. Na Europa, o MiCA já entrou em vigor, e mercados como Canadá e Hong Kong já oferecem ETFs de ether com staking, criando precedentes operacionais.
Menos de 15% da população mundial tem algum tipo de cripto, e a proporção de usuários com exposição direta a ether é ainda menor. Essa baixa penetração contrasta com o peso crescente que a rede tem em infraestrutura financeira, tokenização e liquidação global.
Para quem olha o ciclo como um todo, isso é mais um indicativo de que ainda estamos longe de um ponto de saturação.
O Ethereum de hoje é um ativo em plena fase de consolidação institucional, expansão regulatória e avanço tecnológico. O movimento recente não é o fim da corrida, mas sim um novo estágio que abre oportunidades diferentes das de ciclos anteriores.
Para investidores que pensam no longo prazo, o maior risco pode ser interpretar a alta atual como sinal de que a festa acabou — quando, na verdade, o salão ainda está enchendo.
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