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FMI contesta El Salvador e diz que país não compra bitcoin desde fevereiro

Presidente Nayib Bukele afirmou mais de uma vez que país segue investindo na criptomoeda, mas FMI apresentou provas de que compras pararam

Bitcoin: FMI afirma que El Salvador parou de comprar ativo (NurPhoto/Getty Images)

Bitcoin: FMI afirma que El Salvador parou de comprar ativo (NurPhoto/Getty Images)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Editor do Future of Money

Publicado em 21 de julho de 2025 às 14h45.

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O FMI (Fundo Monetário Internacional) divulgou um relatório nesta semana em que afirma que El Salvador não realizou nenhuma compra de bitcoin desde fevereiro deste ano. Entretanto, a informação diverge das próprias divulgações do governo do país, com o presidente Nayib Bukele insistindo que a nação segue investindo diariamente na criptomoeda.

O caso começou em dezembro de 2024, quando El Salvador e o FMI anunciaram um acordo que resultaria em um empréstimo de US$ 1,4 bilhão para a nação. Em troca, o governo aceitou rever medidas para limitar a adoção da criptomoeda no país. Desde então, o FMI tem afirmado que El Salvador também aceitou encerrar as compras do ativo, mas o governo nega.

Nayib Bukele, presidente do país e responsável pela estratégia de adoção do bitcoin, foi às redes sociais em mais de uma ocasião para negar o fim das compras. O político costuma compartilhar dados que indicariam que as reservas da criptomoeda seguem crescendo no país a partir das compras diárias que tiveram início em 2021.

Agora, o FMI divulgou provas mais concretas que indicariam que as compras realmente foram encerradas desde que o acordo foi aprovado, em fevereiro deste ano. No relatório mais recente sobre os compromissos adotados por El Salvador, integrantes do próprio governo do país confirmam que não foram realizadas novas compras nos últimos meses.

Em uma carta destinada à presidente do FMI, Kristalina Georgieva, Douglas Pablo Rodríguez Fuentes e Jerson Rogelio Posada Molina, respectivamente presidente do Banco Central e ministro das Finanças de El Salvador, disseram que as reservas de bitcoin do país não cresceram desde fevereiro.

"Em linha com os compromissos assumidos no programa, o estoque de bitcoins mantido pelo setor público permanece inalterado e estamos tomando medidas para mitigar os riscos fiscais, reduzindo o papel do setor público na carteira digital Chivo e reformulando o projeto bitcoin", disseram as autoridades.

As autoridades afirmam ainda que o governo encerrou a "acumulação voluntária" da criptomoeda, envolvendo compras e a mineração do ativo. Por outro lado, ainda há uma "acumulação involuntária" que envolve o "confisco, apreensão, custódia ou outra forma de propriedade pelo governo decorrente de medidas de aplicação da lei adotadas de acordo com a legislação salvadorenha".

As informações compartilhadas indicam que o crescimento nas reservas de bitcoin desde então envolveram apreensões por autoridades, remanejamento de outras carteiras digitais para um endereço único ou outras formas de obtenção do ativo que não tenham envolvido compras, como exigido pelo FMI.

Desde a divulgação do material, o presidente Nayib Bukele não falou sobre o caso. Se a informação estiver correta, o país pode ter usado estratégias de transferências de ativo para indicar, incorretamente, que continuava comprando unidades. Por outro lado, se as compras realmente continuam, o país estaria mentindo para o FMI, colocando o empréstimo em risco.

Informações públicas indicam que El Salvador conta atualmente com 6,2 mil unidades de bitcoin sob custódia, avaliadas em mais de US$ 738 milhões.

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