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(metamorworks/Getty Images)
Repórter do Future of Money
Publicado em 13 de agosto de 2025 às 18h03.
Última atualização em 13 de agosto de 2025 às 20h27.
Disponíveis nos Estados Unidos desde o ano passado, os ETFs de criptomoedas à vista tiveram um sucesso estrondoso em adoção, principalmente entre o mercado de investidores institucionais. Somando mais de US$ 150 bilhões em ativos sob gestão, os ETFs de bitcoin à vista representaram uma virada de chave para o setor e um pontapé para o lançamento de ETFs de outras criptomoedas. Em entrevista à EXAME, Eric Balchunas, analista sênior de ETFs da Bloomberg Intelligence, comentou sobre a intersecção entre as criptomoedas e os ETFs, produtos já antigos do mercado financeiro.
“Nunca houve um lançamento como esse. É uma loucura. O ETF de bitcoin à vista foi o maior lançamento de todos os tempos. Estou nesse segmento há 20 anos”, disse Balchunas, analista sênior de ETFs na Bloomberg Intelligence.
“Todos os emissores estão muito felizes, os investidores estão felizes porque, no final, isso foi um ganho para todos. Não foi apenas vitória para as criptomoedas. Claramente, há demanda”, acrescentou.
“Para mim, os ETFs deram início a uma nova era, da financeirização das criptomoedas. É como se as criptomoedas tivessem crescido. Os adultos chegaram e disseram: "Ok, vamos cuidar disso". Pessoas normais querem fazer parte disso. Mas elas confiam na BlackRock, na Fidelity”, concluiu.
Para além dos ETFs, o analista experiente do mercado financeiro elogiou o bitcoin, maior criptomoeda do mundo em valor de mercado, por suas características de escassez programada.
“Acho que as pessoas comuns precisam se abrir para o que as criptomoedas podem ser. O bitcoin é uma ótima proteção contra a impressão de dinheiro, é uma tecnologia interessante e um ativo psicológico. Tem valor porque as pessoas dizem que tem valor e existem apenas 21 milhões. É escasso. É interessante. Seria como uma pintura de Picasso. Mas é muito mais fácil de adquirir do que uma pintura de Picasso. Você simplesmente compra”, disse.
Apesar dos elogios ao bitcoin, Balchunas também defendeu o equilíbrio entre ativos digitais e ativos tradicionais em portfólios de investimento. Em tom de brincadeira, o analista afirmou que “investidores de criptomoedas foram mimados” pela valorização expressiva, especialmente do bitcoin, nos últimos anos. A maior criptomoeda do mundo é o ativo de maior valorização nos últimos anos.
“O mercado de criptomoedas deveria entender que as ações são realmente ótimas. O problema é que os investidores em criptomoedas, em particular os de bitcoin, foram muito mimados. Eles ganham 60% ao ano. Então, quando veem ações ganhando 20% ao ano, acham sem graça. Então, é tudo relativo”, explicou.
“Acho que, ao longo dos anos, as pessoas que trabalham com criptomoedas provavelmente permanecerão no mercado até que ele tenha alguns anos ruins. Porque não há razão para diversificar quando você ganha 60% ao ano”, acrescentou.
Para o analista sênior de ETFs da Bloomberg Intelligence, o portfólio moderno deve provavelmente incluir 80% de ações e títulos, e 20% para criptomoedas e “outras coisas” não especificadas por ele. Além disso, o investimento em criptomoedas deve crescer através dos ETFs, pois ele “não vê muita gente passando pelo processo de abrir uma carteira digital. É muito complicado”.
“Você pode comprar o ETF da BlackRock e nunca mais ter que se preocupar: ‘Será que o Larry Fink vai fugir com meu dinheiro para as Bahamas?’. Isso simplesmente não vai acontecer”, disse Balchunas, se referindo ao CEO da BlackRock, Larry Fink, e ao caso emblemático da FTX, corretora falida de criptomoedas cujo fundador utilizou o dinheiro de investidores para comprar uma mansão nas Bahamas.
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