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Investimento em criptomoedas: descubra no que você está errando

Pare de usar estratégias do bitcoin para criptos alternativas: reveja critérios de seleção, timing e regras de saída para lucrar com a chegada de uma altseason

Criptomoedas (Reprodução/Reprodução)

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FP
Felippe Percigo

Especialista em criptoativos

Publicado em 14 de setembro de 2025 às 11h00.

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Sinais de uma nova temporada de altcoins ganham força: índices de altseason populares do mercado, como o do Coinglass (gráfico abaixo), registram o maior nível desde dezembro de 2024.

O mercado ficou mais animado essa semana com a divulgação dos novos dados da inflação dos EUA, na quinta (11), alimentando uma maior confiança dos investidores em um corte de juros na reunião do FOMC na próxima semana.

Em agosto, a inflação americana cresceu 0,4% em relação a julho, ligeiramente acima dos 0,3% projetados por Wall Street. O núcleo do CPI, que exclui preços mais voláteis como alimentos e energia, aumentou 0,3%, alinhado com as projeções. Já no acumulado de 12 meses, a inflação está em 2,9%: embora dentro das expectativas, excede a meta do Fed (2% ao ano).

Logo após o anúncio, o bitcoin subiu rapidamente para US$ 114.500, impulsionando outras criptos em um movimento coordenado de alta. O market cap das altcoins (excluindo BTC) atingiu US$ 1,67 trilhão, se aproximando dos US$ 1,7 trilhão do pico de 2021.

Esse cenário pode abrir espaço para uma nova altseason, período em que parte do capital do bitcoin migra para moedas alternativas na busca por retornos mais expressivos.

Apesar da expectativa em torno desse movimento, muitos investidores acabam não conseguindo capturar os benefícios.

Um erro recorrente é supor que investir em altcoins equivale a investir em bitcoin, quando, na prática, a lógica de risco e retorno é completamente diferente. Essa confusão compromete o verdadeiro potencial de ganhos.

Vamos entender essas distinções e como usar esse conhecimento para lucrar.

A volta por cima do bitcoin

Até chegar a ser foco de ETFs, treasuries e governos, o bitcoin travou uma longa e dura batalha. Desafiou o sistema tradicional como um experimento de dinheiro digital e acabou tendo uma trajetória até pouco tempo marcada por descrédito e fama de puramente especulativo.

Hoje, ele ocupa um papel totalmente diferente na cabeça e no portfólio dos investidores. Até ex-críticos viraram hodlers, e o ativo agora é tratado como reserva de valor pelos mesmos mercados que duvidaram dele.

Vemos grandes players usarem o bitcoin como hedge (proteção) e em tesourarias, além de governos trabalhando para adicioná-los às suas reservas. A partir de ferramentas como os ETFs de bitcoin, vimos um acesso institucional sem precedentes.

A narrativa de escassez e a resiliência contra testes de estresse durante sua história reduziram parte da volatilidade relativa e aumentaram a confiança institucional.

Algumas características que elevaram o bitcoin a um patamar diferente das demais criptos:

  • Liquidez de mercado profunda: isso significa que mesmo ordens grandes impactam menos o preço
  • Infraestrutura de custódia e serviços: exchanges, ETFs, derivativos, etc...
  • Nível de segurança e maturidade da rede.
  • Reconhecimento institucional e maior aceitação regulatória.
  • Oferta programada / narrativa de escassez: tem limite de emissão de 21 milhões de unidades.

O que isso significa para quem investe? Comprar bitcoin tende a ser uma decisão de horizonte mais longo e foco em proteção de capital.

Estratégia

Uma técnica eficiente de entrada é o DCA (Dollar-Cost Averaging), que eu, pessoalmente, uso.

Ao comprar em intervalos frequentes (toda semana, todo mês) independentemente do preço, o DCA elimina aquela necessidade de tentar adivinhar o fundo e suaviza o preço médio de compra ao longo dos anos.

Para fazer a gestão, é importante sempre preferir armazenar em auto-custódia, porque, como diz a máxima, "Not your keys, not your coins" (Se as chaves não estão nas suas mãos, as moedas não são suas).

Você pode optar não movimentar seus bitcoins.

Agora, se preferir uma abordagem mais ativa, pode realizar lucros parciais em momentos de forte valorização. Isso gera capital líquido que pode ser redirecionado para diversificação ou para altcoins com maior potencial de retorno.

Uma ação prática nesse caso é definir metas, por exemplo: "Quando o BTC atingir US$ 150 mil, vou vender 10% da minha posição."

Altcoins não funcionam da mesma forma

O universo das altcoins é heterogêneo e cada grupo responde a impulsos diferentes, por isso não adianta se apegar à lógica do bitcoin.

No final do dia, alguns fatores mudam a equação: utilidade real (se o token é usado por um produto), profundidade de mercado (quem compra e vende e com que facilidade), concentração de tokens (quantas carteiras detêm a maior parte), e maturidade da equipe e do ecossistema.

Esses elementos explicam por que o risco varia muito entre elas.

Altcoins consolidadas

Vamos começar pelas chamadas large caps, criptos de alta capitalização de mercado. Hoje, o ETH é a segunda em market cap e está traçando um caminho de adoção que segue os passos do bitcoin. Os institucionais passaram a enxergar a Ethereum como a espinha dorsal de uma nova infraestrutura financeira global, podendo dar escala a aplicações financeiras e corporativas.

Com o aumento dessa confiança na rede, temos testemunhado o sucesso dos ETFs de ETH e grandes corporações adicionando o ativo às suas tesourarias. A rede Solana também está na mira desses players e tudo indica que será a próxima a surfar onda semelhante.

As large caps têm casos de uso claros: contratos, aplicativos e infraestrutura. Eles tendem a responder a eventos concretos como aumentos de atividade na rede, upgrades técnicos e adoção por desenvolvedores.

Para o investidor, isso significa que, ao contrário do bitcoin, que hoje é principalmente uma reserva de valor, investir em large caps exige acompanhar de perto o desenvolvimento das redes e sua adoção, pois a valorização depende diretamente da utilidade prática e da evolução contínua dos projetos.

Como entrar?

Priorizando momentos de pessimismo no mercado enquanto os fundamentos técnicos do projeto permanecem sólidos.

Ciclos de desenvolvimento também importam: estude aumentar a exposição em períodos que antecedem upgrades importantes da rede ou adoção institucional.

Fazendo a gestão

Monitore de forma ativa algumas métricas fundamentais, como TVL (Total Value Locked) e atividade de desenvolvedores, por exemplo.

Fique atento a marcos: updates de protocolo, parcerias estratégicas e mudanças no cenário competitivo são catalisadores.

Estratégias de saída

Rebalanceamento: aproveite para realizar lucros parciais depois de grandes valorizações que possam distorcer o percentual de alocação original do seu portfólio.

Proteção dos ganhos: uma parte dos lucros da realização podem voltar para o bitcoin ou caixa, como forma de preservar os ganhos e reduzir risco, sem abrir mão de estar exposto ao projeto.

O horizonte de investimento é de médio a longo prazo, mas com disposição para vender se os fundamentos não se mantiverem.

Criptos de menor capitalização

Esse é o campo de batalha em que a grande maioria se perde e poucos têm método para atingir ganhos exponenciais.

Depois das large caps, é hora de olhar para as mid caps: projetos com produto lançado, equipe identificável, comunidade ativa e algum grau já de adoção. O risco é de execução (o projeto não conseguir crescer como esperado), competitivo (ser superado por um concorrente) ou de narrativa (o setor que ele atua perde a relevância).

A melhor entrada aqui é baseada em momentum, ou seja, aproveitar a força do movimento momentâneo de preço. Mas, claro, sempre depois de uma pesquisa aprofundada.

Você avalia se a narrativa é sólida, se o projeto possui produto mínimo viável e uma comunidade real, e só então considera entrar nos momentos de aceleração de preço, sempre com uma tese clara.”

A gestão não é “comprar e esquecer”. É uma vigilância constante sobre a saúde do projeto.

A regra de ouro é definir o preço de saída, tanto para o lucro quanto para o prejuízo, no momento da compra. Isso neutraliza a ganância que segura a mão na hora vender com lucro e aquela esperança irracional que te paralisa diante de uma queda.

Small caps e memecoins

No extremo menor, estão as small caps e memecoins, mais movidas por sentimento, comunidades e especulação.

As oscilações são muito frequentes e rápidas, ou seja, os ganhos podem ser grandes, mas as perdas podem ser doloridas. Além disso, são criptos que podem apresentar muita concentração em poucas carteiras, o que aumenta o risco de eventos abruptos.

A mentalidade deve ser de busca por ganhos assimétricos, com gestão rigorosa de risco.

Entrada:
Priorize o momentum inicial (alta de preço e volume). Aloque apenas o capital que você está disposto a perder caso o movimento falhe.

Gestão:
Monitore o engajamento da comunidade e a força da narrativa. Defina uma meta de lucro clara ao entrar.

Saída:
Ao atingir a meta, realize logo os lucros. Aproveite para converter os ganhos em ativos de menor risco (como BTC ou stablecoins) e preservar o seu patrimônio. Se você vir sinais de esgotamento da narrativa, também saia da posição.

Se você chegou até aqui, entendeu que, no fim das contas, a diferença entre quem consegue prosperar no mercado de altcoins de quem se perde são a mentalidade e o método. Não se trata só de escolher projetos promissores ou de surfar tendências: é sobre ter regras claras, disciplina e paciência.

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