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Itaipu: hidrelétrica pode ter expansão para gerar mais energia (diegograndi/envato)
Agência de notícias
Publicado em 25 de julho de 2025 às 14h46.
A direção da hidrelétrica binacional de Itaipu avalia a construção de duas novas turbinas por causa da diminuição do repasse do excedente energético do Paraguai ao Brasil. Entre os motivos está a presença crescente em solo paraguaio de data centers de inteligência artificial e operações de mineração de bitcoin.
O diretor-geral da estatal, Enio Verri, disse que a expansão “é inevitável, isso vai ocorrer”, no entanto, ponderou a necessidade de amplos estudos técnicos, sociais e ambientais, viabilidade econômica e um acordo entre Brasil e Paraguai para que a ampliação seja realizada.
Verri explicou que se aproxima o cenário em que o Paraguai consumirá toda a energia a que tem direito, deixando de vender o excedente para ser usado pelo Brasil. O diretor técnico paraguaio de Itaipu, Hugo Zárate, citou projeções da Administradora Nacional de Eletricidade (Ande) do Paraguai de que o país chegará aos 50% de consumo da geração da hidrelétrica até 2035.
Segundo ele, a demanda dos últimos anos foi bastante expressiva, com o crescimento ultrapassando 14% em 2024. “Isso se deve à utilização de forma intensiva da energia naqueles empreendimentos de mineração de criptomoedas”, explicou Zárate, acrescentando que há notícias na imprensa paraguaia de contratos da Ande para incentivar a presença de data centers e servidores de IA no país.
O Paraguai tem atraído muitas empresas de mineração de bitcoin exatamente por oferecer uma fonte de energia barata e renovável, atendendo à demanda do segmento de não apenas economizar nos gastos energéticos das suas operações como também evitar fontes que sejam mais prejudiciais ao meio ambiente.
Sobre o estudo de viabilidade para construir duas unidades geradoras (turbinas), Enio Verri adiantou que “estamos agora com a nossa equipe dando uma olhada nisso”. Ele detalhou que, na estrutura da barragem de Itaipu no Rio Paraná, “há espaço físico em que é possível ampliar em mais duas unidades”.
Apesar de classificar a expansão como “inevitável” devido à demanda crescente de energia, Verri disse que o projeto ainda não pode sair do papel por falta de viabilidade econômica.
O diretor-geral também não apontou um horizonte de quando um projeto de expansão poderia ser realizado. "Estamos discutindo só a data em que estaremos maduros o suficiente para esse investimento", explicou, acrescentando que "no setor de energia, não existe curto prazo".
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