Future of Money

Patrocínio:

Design sem nome (2)
LOGO SENIOR_NEWS

Mercado cripto brasileiro vira a cereja do bolo das empresas globais

Uma breve reflexão sobre como um país onde educação financeira é luxo se tornou líder em adoção de ativos digitais na América Latina

Os brasileiros demonstram que estão mais do que dispostos a entrar de cabeça no mundo dos criptoativos (Andriy Onufriyenko/Getty Images)

Os brasileiros demonstram que estão mais do que dispostos a entrar de cabeça no mundo dos criptoativos (Andriy Onufriyenko/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 7 de maio de 2022 às 10h45.

Por Felippe Percigo

Uma legião de gigantes do mercado das criptomoedas está desembarcando em solo nacional para aproveitar a demanda exponencial dos brasileiros pelos ativos digitais. Acaba de fazer oficialmente seu pouso por aqui, por exemplo, a Coinbase, a maior corretora dos Estados Unidos, que já viu que o Brasil é um celeiro de mentes técnicas afiadas e vai usar o país como uma espécie de core tecnológico da América Latina, inclusive já começou a recrutar.

Semana passada, foi a vez da Bybit anunciar um investimento de 50 milhões USD para contratar equipe, desenvolver produtos e preparar a plataforma para os novos usuários brasileiros. Antes dela, Changpeng Zhao, o CEO da Binance, já havia feito sua visitinha, em março, quando rolou o Ethereum.Rio. CZ aproveitou para engatar um networking com líderes políticos e empresariais no Rio e em São Paulo para, digamos, tornar a aterrissagem da maior corretora do mundo mais macia.

(Mynt/Divulgação)

Esse frisson todo não é por acaso. Os brasileiros demonstram que estão mais do que dispostos a entrar de cabeça no mundo dos criptoativos e as empresas que atuam no nosso território, por sua vez, também apressam o passo para adotar tecnologias que permitam pagamentos em cripto. Uma pesquisa recente da Gemini, a corretora dos gêmeos Winklevoss, cofundadores do Facebook, mostrou que 66% dos brasileiros entrevistados acreditam que as criptomoedas são “o futuro do dinheiro”. As respostas foram colhidas junto a 1.700 participantes em solo nacional, revelando que 41% deles já têm moedas digitais.

Este é apenas um dos estudos, diversos vêm sendo feitos e os números só se confirmam. Mais do que isso, eles crescem com o tempo, mesmo agora em um período mais obscuro da geopolítica e da economia mundial. O brasileiro, eu diria, é um sujeito ousado, pois são muitos os fatores que poderiam mantê-los afastados das criptomoedas, mas eles não se dão por vencidos.

A falta de regulamentação, que aliás não é exclusividade do Brasil e já ganhou um bom impulso com a condução do Projeto de Lei (PL) 3.825/2019, é um desses motivos e, sem dúvida, deixa um rastro de medo no ar. Acaba, infelizmente, colocando na mesma panela, para quem está de fora, excelentes projetos criptos e os famosos esquemas. Esse “caldeirão do mal” é fruto de total falta de conhecimento, de uma agenda frágil de educação, ultrapassada, que não evoluiu com a tecnologia e não dá a atenção devida ao aprendizado financeiro.

Mas o brasileiro se vira. Não estou falando daquele jeitinho brasileiro, não, esse não é legal, falo da coragem, de se propor a ir contra a adversidade. A internet se tornou uma ferramenta incrível de colaboração para que essa lacuna de aprendizado não se tornasse um precipício. É um imenso livro digital, literalmente, na palma das mãos.

As redes sociais como YouTube, Instagram, LinkedIn e Twitter, além de blogs, podcasts e outros recursos hospedados no ciberespaço, desburocratizaram o acesso à informação e estão disponíveis de graça - ou praticamente - para quem quiser saber sobre qualquer coisa. Foi dessas fontes que muitos iniciantes começaram a beber e também foi através delas que conseguiram evoluir. O tal “um clique de distância” continua sendo revolucionário. Como professor, ter a chance de usar esses veículos para repassar o que aprendi em anos de estrada é recompensador.

Nas minhas redes, recebo todo tipo de pergunta. Fica claro que o interesse primeiro de quem procura informação sobre cripto é cruzar a linha de chegada sem percorrer o caminho, ou seja, em busca de lucros astronômicos sem esforço. Tipo descobrir aquela moeda da vez, o projeto de renda passiva que multiplica por milhares de vezes o dinheiro, algum milagre que compense a pouca vontade de se esforçar.

E tudo bem, acho super natural, até porque a maioria não foi ensinada a plantar com disciplina para colher na frente, o único estímulo a que sempre estivemos expostos foi o de gastar. Como gastar é algo rápido, ganhar deveria ser mais ainda, certo? Faria sentido… se fizesse.

Neste caso, a educação “can fix it”, me apropriando da máxima do Bitcoin aqui. Não apenas nesta, mas em qualquer outra situação, o conhecimento ninguém tira de você, algo que costumo dizer e vale repetir neste texto. A mentalidade desenvolvida tem grande influência do ambiente e é evidente que não tivemos as melhores referências. Mas não é tarde.

A busca vale a pena. Existem ótimos motivos para procurar aperfeiçoar nosso entendimento destas incríveis ferramentas que são as criptomoedas e a blockchain. Em um país com histórico de inflação forte, moeda fraca, algumas políticas econômicas com função apenas estética e uma imensa parte da população desbancarizada, o Bitcoin e os outros projetos descentralizados podem favorecer a virada de chave do sistema financeiro como nunca antes foi possível.

Se, como vimos, já existe uma grande disposição dos brasileiros em adotar as moedas digitais, o avanço deve vir como resultado dos esforços conjuntos dos agentes políticos e econômicos em preparar as bases para que isso aconteça. Como um bom entusiasta cripto, eu estou super otimista.

Siga o Future of Money nas redes sociais: Instagram | Twitter | YouTube | Telegram | Tik Tok

Acompanhe tudo sobre:CriptomoedasCriptoativos

Mais de Future of Money

BTG projeta alta de nova criptomoeda e faz recomendação com lucro potencial de 50%

STF revela uso de criptoativos e blockchain para compensação de emissões de carbono

Bitcoin vai superar desempenho de ativos tradicionais pelos próximos 10 anos, diz gestora

App oferece pagamento com criptomoedas em troca de fotos das suas fezes