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O bitcoin vai disparar em julho? ​​Entenda os motivos por trás da consolidação e o que esperar

​​Entenda os motivos por trás da consolidação do ativo e o que podemos esperar de próximas movimentações para este mês

 (Reprodução/Reprodução)

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FP
Felippe Percigo

Especialista em criptoativos

Publicado em 6 de julho de 2025 às 11h00.

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A consolidação do bitcoin deixa o mercado em compasso de espera: o que será que julho vai nos entregar?

Historicamente, os retornos do bitcoin nos meses de julho são, em maioria, positivos. Analisando os retornos médios e medianos desde 2017, por exemplo, a gente percebe que, mesmo quando o mercado desacelera na temporada de verão lá no hemisfério norte, julho especificamente não tem trazido quedas significativas.

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Nesse período, apenas 2019 e 2023 fecharam no vermelho. Esse padrão estatístico ganha peso adicional esse ano, diante da consolidação do preço entre US$ 100 mil e US$ 110 mil nas últimas semanas.

A sazonalidade histórica sugere, portanto, uma tendência de alta em julho, embora, naturalmente, isso não represente uma garantia.

Para entender por que o bitcoin segue lateralizado, é preciso ir além dos gráficos. Há fatores importantes atuando nos bastidores que ajudam a manter o preço limitado à faixa atual.

Um deles é o modo como os grandes investidores operam: preferem comprar bitcoin sem provocar movimentos visíveis no mercado. Usam, por exemplo, mesas de OTC (over-the-counter), que permitem fatiar ordens milionárias e executá-las fora do livro de ofertas público. Vão comprando aos poucos, sem sinalizar ao mercado suas intenções e evitando pressões de preço.

Ao mesmo tempo, o investidor de varejo ainda não marcou presença. Quem quiser visualizar essa ausência é só ir na ferramenta Google Trends e buscar por “bitcoin”: o interesse está em patamares que lembram consolidações anteriores, muito distante dos picos de euforia em 2017 e 2021.

Parte do varejo ainda está atrás de ganhos rápidos comprando ativos como memecoins. Outra parcela simplesmente se afastou, desencorajada pela falta de uma movimentação mais expressiva no mercado.

Resultado? Falta o empurrão que os investidores de varejo davam no preço nos ciclos de alta anteriores.

Mas a inércia atual não se explica só por fatores comportamentais. Há também um componente estrutural: a escassez progressiva do bitcoin. Com os halvings (o mais recente foi em 2024), as recompensas dos mineradores são cortadas pela metade. Atualmente, a emissão diária do ativo é de apenas 450 BTC.

O real ponto de pressão, porém, não está simplesmente na queda da emissão diária. Desde o início de 2025, empresas listadas, fundos e ETFs têm acumulado bitcoin em volumes que superam, mês após mês, tudo o que os mineradores conseguem produzir. O resultado: um déficit estrutural de oferta no mercado.

Esse desequilíbrio cria um teto de liquidez importante. O saldo de bitcoin nas corretoras (gráfico a seguir da Coinglass) caiu para níveis historicamente baixos, reduzindo a oferta circulante no mercado à vista. Por isso, enquanto a demanda se mantiver contida, seja por compras institucionais de bastidores ou pela ausência do varejo, o preço tende a permanecer travado.

Por outro lado, essa mesma escassez pode amplificar movimentos futuros: uma onda de demanda no mercado à vista pode reacender a volatilidade e empurrar o preço para cima.

Mãos de diamante

As “mãos de alface” do varejo deram lugar às mãos de diamante. Se por um lado o saldo de bitcoin nas corretoras já é historicamente baixo, por outro, há ainda uma camada extra de retenção. Segundo a Glassnode, os holders de longo prazo (LTHs) acumulam hoje 14,7 milhões de BTC, o equivalente a 74% do supply circulante. É um marco que confirma uma mudança de perfil: a maior parte do bitcoin está agora nas mãos de quem mantém a posição por mais de 155 dias.

Ao contrário dos investidores de curto prazo, os LTHs agem com paciência e estratégia. Eles acumulam durante as quedas e não cedem à tentação de vender, mesmo nos momentos de turbilhão no mercado.

Essa acumulação reduz ainda mais a oferta disponível nas corretoras, criando uma pressão que pode impulsionar o preço no futuro. Com menos bitcoin sendo negociado próximo da faixa dos US$ 100 mil, o mercado encontra resistência tanto para subir quanto para descer.

Mas isso também trava uma escalada mais rápida: quem controla a maior parte do supply não tem pressa de vender e quem quer comprar encontra barreiras de liquidez.

O que podemos esperar para julho

Mas tudo isso pode não durar muito. Olhando para julho, alguns sinais interessantes estão se alinhando no horizonte.

Demanda institucional segue a todo vapor

Os ETFs spot de bitcoin continuam atraindo capital de forma consistente. Após 15 dias seguidos de entradas, a sequência foi interrompida por apenas uma saída no dia 30 de junho. Mas a recuperação veio logo depois: no dia 1º de julho, os aportes voltaram a crescer e, em 2 de julho, somaram US$ 601,94 milhões — o maior fluxo diário desde 21 de maio.

Discussão sobre política monetária esquenta

As recentes críticas de Donald Trump a Jerome Powell na condução do Fed e a possibilidade de mudanças no comando da instituição animaram parte do mercado. A expectativa de um novo presidente mais favorável à redução dos juros pode estar por trás da aceleração na entrada de capital institucional.

Oferta encurtando nas exchanges

O movimento de retirada de bitcoins das corretoras já se estende por vários meses. Se a história servir de guia, esse tipo de drenagem costuma antecipar fortes movimentações de preço no mercado.

Com todas essas variáveis em jogo, o bitcoin pode estar prestes a deixar a lateralização para trás. O momento pede atenção e preparo para agir quando a movimentação vier.

 

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