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CO-CEO da Lumx
Publicado em 14 de junho de 2025 às 10h00.
Enquanto o mundo debate sobre inteligência artificial e automação, uma transformação ainda mais fundamental acontece nas entranhas do sistema financeiro global. Stablecoins ultrapassaram US$ 263 bilhões em valor de mercado em junho de 2025, processando mais de US$ 28 trilhões em transações no último ano - volume superior ao combinado de Visa e Mastercard.
Essas moedas digitais estáveis deixaram de ser experimentos cripto para se tornarem infraestrutura crítica do novo ecossistema financeiro, conectando o universo tradicional bancário às redes blockchain de forma transparente e eficiente.
A curiosidade global sobre essa categoria de ativos nunca foi tão intensa, evidenciada pelas principais consultas online: "stablecoins são seguras", "lei de pagamentos com stablecoins", "prós e contras de stablecoins" e "lista de stablecoins". Essas questões revelam não apenas interesse especulativo, mas uma busca genuína por compreender como essas ferramentas podem resolver problemas reais de pagamentos, remessas e preservação de valor.
Os números atuais impressionam pela magnitude e velocidade de expansão. O valor total em circulação cresceu 59% apenas em 2025, representando agora mais de 1% da base monetária M2 dos Estados Unidos. Cerca de 83% desses tokens mantêm paridade com o dólar americano, reforçando a hegemonia da moeda americana mesmo em ambientes digitais descentralizados.
O volume transacional anual de US$ 28 trilhões não apenas superou as principais redes de pagamento tradicionais, mas demonstra uma preferência crescente por liquidação instantânea e custos reduzidos.
Tether (USDT) permanece como líder absoluto, com US$ 155 bilhões em circulação, seguida pela Circle (USDC), que expandiu sua capitalização para mais de US$ 60 bilhões. Juntas, essas duas empresas controlam aproximadamente 89% do segmento e detêm mais de US$ 204 bilhões em títulos do Tesouro americano - montante superior às reservas de países como Brasil ou Noruega.
O PayPal USD (PYUSD) duplicou seu tamanho em 2025, atingindo US$ 775 milhões, sinalizando o interesse de gigantes tecnológicos nessa infraestrutura emergente.
A incorporação institucional acelera em ritmo sem precedentes, com iniciativas que já transformam setores inteiros da economia digital. A Stripe expandiu globalmente ao disponibilizar contas baseadas nessas moedas estáveis em mais de 100 países, simplificando transações internacionais para empresas e indivíduos.
Visa e Mastercard não apenas permitem pagamentos com esses ativos em estabelecimentos físicos e virtuais, mas desenvolvem produtos específicos para essa demanda crescente.
Paralelamente, corporações como Apple, Google, Meta e X (Twitter) exploram ativamente integrações para otimizar pagamentos globais e reduzir custos operacionais, consolidando o papel estratégico desses instrumentos na digitalização dos serviços financeiros.
Esses tokens digitais viabilizam benefícios concretos que redefinem operações financeiras em escala planetária. Permitem liquidação internacional instantânea, eliminando intermediários e minimizando custos, especialmente relevante para folhas de pagamento globais em mercados com moedas voláteis.
Funcionam como mecanismo de preservação de valor em economias instáveis, oferecendo estabilidade em cenários de incerteza monetária. Promovem inclusão financeira ao democratizar acesso a dólares digitais para populações sem relacionamento bancário tradicional.
Adicionalmente, facilitam tokenização de ativos e automação de processos financeiros, ampliando eficiência e transparência operacional. Como resultado, essas soluções proporcionam liquidez ininterrupta, tarifas reduzidas e liquidação imediata, beneficiando empresas, fintechs e usuários finais.
A regulamentação emerge como tema central mundialmente, com desenvolvimentos significativos em 2025. No Brasil, o Banco Central confirmou que as diretrizes para esses ativos e criptomoedas serão publicadas ainda este ano, priorizando segurança jurídica para empresas e consumidores, além de combater fraudes e práticas ilícitas no ambiente digital.
O Projeto de Lei 4.308/2024, em tramitação no Congresso Nacional, estabelece que apenas instituições autorizadas pelo Banco Central poderão emitir tokens lastreados em moeda estrangeira, exigindo reservas integrais, auditorias regulares e transparência na divulgação de informações sobre lastro.
A autoridade monetária brasileira demonstra flexibilidade ao incorporar contribuições de mercado e revisar pontos controversos, como autocustódia, sinalizando que o texto final será mais equilibrado e adaptado às necessidades setoriais.
O uso nacional já apresenta expansão expressiva: entre meados de 2023 e 2024, transações envolvendo esses ativos cresceram mais de 200%, evidenciando relevância para remessas internacionais, pagamentos e reserva de valor. A regulamentação brasileira busca garantir segurança, interoperabilidade com o sistema financeiro tradicional e criação de produtos mais eficientes, preservando inovação e competitividade nacional.
Nos Estados Unidos, o Genius Act representa o primeiro marco regulatório federal para essa categoria de ativos, avançando no Senado com apoio bipartidário. A legislação exige reservas integrais, auditorias anuais para emissores com capitalização superior a US$ 50 bilhões, e estabelece padrões de transparência que devem influenciar regulamentações globais.
A aprovação, prevista para o terceiro trimestre de 2025, pode multiplicar por dez a emissão desses tokens e abrir o setor para bancos tradicionais.
Atualmente, essas moedas digitais estáveis representam dois terços de todas as transações em criptoativos. Projeções de instituições como Citi e Ark Invest indicam que o segmento pode atingir entre US$ 1,6 e US$ 3,7 trilhões até 2030, dependendo de fatores como clareza regulatória, adoção institucional e integração com sistemas de pagamento tradicionais.
A infraestrutura está sendo desenvolvida por empresas como a Lumx na América Latina e por conglomerados globais de tecnologia e pagamentos, criando um ecossistema robusto para sustentar esse crescimento.
Bancos americanos como JPMorgan Chase, Bank of America, Wells Fargo e Citigroup exploram colaborativamente a criação de uma moeda digital estável conjunta, utilizando infraestrutura existente como Zelle e The Clearing House . Essa iniciativa marca uma mudança fundamental: de ceticismo para investimento estratégico no universo cripto por parte do sistema financeiro tradicional .
As Stablecoins representam uma transformação estrutural na forma como o mundo transaciona, preserva valor e acessa serviços financeiros. Para empresas, fintechs e consumidores, compreender e incorporar essas ferramentas é essencial para prosperar no novo cenário financeiro global, onde fronteiras físicas se tornam irrelevantes e a eficiência operacional define vantagens competitivas.
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