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'Proporções épicas': a previsão de Nobel de Economia sobre crise das criptomoedas

Simon Johnson, um dos vencedores do Nobel de Economia em 2024, acredita que regulação aprovada nos EUA vai levar o setor a uma crise

Criptomoedas: vencedor do Nobel de Economia espera que setor entre em crise (envato/Reprodução)

Criptomoedas: vencedor do Nobel de Economia espera que setor entre em crise (envato/Reprodução)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Editor do Future of Money

Publicado em 7 de agosto de 2025 às 09h45.

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O mercado de criptomoedas deve enfrentar, em breve, uma crise de "proporções épicas". É o que afirma Simon Johnson, um dos vencedores do Prêmio Nobel de Economia em 2024, em um texto publicado na última segunda-feira, 4. Ele acredita que a regulação nos Estados Unidos será a culpada pela crise.

Johnson é ex-economista-chefe do FMI (Fundo Monetário Internacional) e professor do MIT. No texto, ele destaca que as empresas de cripto conseguiram atingir um poder político expressivo nos Estados Unidos que tem sido usado para avançar a regulação específica para o seu mercado.

Entretanto, ele afirma que o resultado final do Genius Act - regulação específica de stablecoins - e do Clarity Act - voltado a todo o mercado de criptomoedas - acabou sendo o de "prevenir uma regulação razoável". "O resultado provavelmente será um ciclo de expansão e retração de proporções épicas".

O vencedor do Nobel de Economia reconheceu que as stablecoins são uma "classe importante e em ascensão de ativos digitais" e que elas são úteis para o setor, mas fez um alerta".

"O modelo de negócios dos emissores de stablecoins é capturar o spread entre o que pagam em suas moedas (que é juros zero sob esta legislação) e o que podem receber ao investir suas reservas, assim como um banco", explica.

Segundo Johnson, "todos os incentivos para os emissores de stablecoins são de investir pelo menos parte de suas reservas em ativos de maior risco para obter retornos mais elevados. Isso será uma grande fonte de vulnerabilidade, especialmente quando os emissores são licenciados por autoridades estatais permissivas".

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Por isso, ele afirma que o Genius Act tem um grande problema: "A incapacidade de lidar eficazmente com o risco inerente à corrida de adoção das stablecoins, pois impede os reguladores de prescreverem capital, liquidez e outras salvaguardas robustas".

"E quando qualquer emissor de stablecoin – nacional ou estrangeiro – enfrenta problemas, quem intervirá, e com que autoridade, para evitar que os problemas se espalhem para a economia real, como na década de 1930?", questionou.

O professor também alerta que a regulação mais ampla para as criptomoedas possui diversos elementos que podem permitir conflitos de interesse em uma escala "não vista desde os anos 1920".

"Os EUA podem muito bem se tornar a capital mundial das criptomoedas e, sob sua nova estrutura legislativa, alguns ricos certamente ficarão ainda mais ricos. Mas, em sua ânsia de atender às vontades da indústria de criptomoedas, o Congresso expôs os americanos e o mundo à possibilidade real do retorno de pânicos financeiros e graves danos econômicos, implicando em perdas massivas de empregos e destruição de riqueza", resume.

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