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Queda global do dólar: bitcoin pode se beneficiar?

O índice do dólar dos EUA (DXY) caiu mais de 10 pontos no acumulado do ano

 (Dem10/Getty Images)

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Publicado em 30 de maio de 2025 às 09h30.

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Embora esteja em um nível considerado alto no Brasil, sendo cotado na casa dos R$ 5,60, globalmente a moeda norte-americana não está bem. O Índice do Dólar Americano (DXY) despencou mais de 10 pontos desde janeiro, registrando uma das quedas mais expressivas no acumulado do ano (YTD) desde a turbulência de setembro de 2022.

Analistas veem esse enfraquecimento global contínuo do dólar como um possível impulso para o bitcoin, com potencial para levar a cripto pioneira a novos recordes históricos (ATH), especialmente quando medida em relação ao dólar.

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Como o dólar impacta o bitcoin

Dados do TradingView mostram que o DXY segue em trajetória de queda desde o início do ano, com uma retração de quase 10% no YTD. Após registrar um pico intradiário de 110,176 em 13 de janeiro, o índice caiu mais de 10 pontos, chegando a 100,011 até o momento desta reportagem.

De acordo com a Bloomberg, a recente queda do dólar pode ser apenas o começo. O Standard Chartered Bank alerta que o dólar americano enfrenta um risco “significativo” de desvalorização em 2026 caso as políticas do presidente Donald Trump aumentem a dívida nacional sem promover um crescimento econômico proporcional.

Steve Englander, chefe de Pesquisa de Câmbio do G10 no Standard Chartered, afirmou em uma nota recente que os EUA enfrentam uma combinação preocupante: aumento da dívida pública e obrigações crescentes com credores estrangeiros.

“… Se a economia ou os mercados financeiros vacilarem, o risco de queda para o USD é maior quanto maior for o acúmulo de passivos externos”, disse Englander à Bloomberg.

O especialista alertou que, se a confiança fiscal dos EUA cair, investidores podem exigir juros maiores ou um dólar mais fraco como compensação.

“… Se o caminho da dívida não for controlado, os termos de empréstimo podem se tornar cada vez mais onerosos à medida que os prêmios de risco elevam o custo do financiamento público e privado”, alertou Englander.

Além disso, as declarações reforçam os alertas de Max Keiser sobre o risco da dívida dos EUA e o impacto das stablecoins. Ele também vê no bitcoin uma proteção contra a inflação e a instabilidade.

Geoff Kendrick, também do Standard Chartered, compartilhou visão semelhante ao ressaltar a resiliência do bitcoin como proteção frente aos riscos financeiros e fiscais dos EUA.

“… Acredito que o bitcoin é um hedge contra riscos tanto do TradFi quanto do Tesouro dos EUA”, afirmou Kendrick em entrevista ao BeInCrypto.

Standard Chartered sinaliza risco do dólar

A recente adoção de tarifas agressivas e propostas tributárias de trilhões de dólares por parte de Trump já começa a causar apreensão entre os investidores.

Inicialmente, os mercados esperavam que essas medidas estimulassem o crescimento econômico, mas a confiança vem se deteriorando. Embora investidores estrangeiros ainda hesitem em sair dos ativos dos EUA, uma possível falha em entregar uma expansão consistente pode inverter esse cenário rapidamente.

“… Se a política comercial continuar errática, os investidores poderão evitar ampliar sua exposição ao dólar, o que pode gerar uma queda ‘pronunciada’ da moeda. Paralelamente, a recuperação econômica na Europa e na China pode aumentar a pressão de venda sobre o dólar ao redirecionar capital para esses mercados”, acrescentou Englander.

Na prática, a desvalorização do dólar tem sido um dos principais motores da recente valorização do bitcoin, com a moeda digital se firmando como proteção contra a instabilidade fiduciária.

“… Você poderia argumentar que o bitcoin atingiu novos recordes históricos porque o dólar americano está muito fraco agora. Outras moedas importantes serão as próximas vítimas do bitcoin”, afirmou o analista Crypto Rover na rede X (antigo Twitter).

Comparado a moedas como euro, libra e iene, o avanço do bitcoin parece menos forte, destacando o peso da desvalorização do dólar na alta recente.

No entanto, embora o bitcoin se beneficie de um dólar mais fraco no curto prazo, os desdobramentos macroeconômicos mais amplos são mais complexos.

Se a inflação subir com a saída de investidores do dólar ou exigência de juros maiores, até o bitcoin pode sofrer com a volatilidade em um cenário de aversão ao risco.

Ainda assim, o bitcoin se destaca como o vencedor mais evidente em meio à incerteza fiscal, sendo negociado a US$ 108.485 no momento desta reportagem.

Investidores se preparam para um cenário de endividamento potencialmente insustentável e para a continuidade da fraqueza do dólar. Como consequência, a reputação do bitcoin como reserva de valor e proteção contra a desvalorização fiduciária está sendo colocada à prova.

Embora o bitcoin esteja enfrentando esse teste, é relevante observar que o preço do bitcoin permanece estagnado na faixa dos US$ 108 mil. Diante desse cenário, o capital pode começar a migrar para altcoins.

*Matéria original escrita por Luis de Magalhães no BeinCrypto, portal parceiro da EXAME.

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