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Redação Exame
Publicado em 31 de agosto de 2025 às 11h03.
Última atualização em 31 de agosto de 2025 às 19h53.
Nos últimos anos, o mercado de criptomoedas viveu avanços importantes — da aprovação de ETFs de bitcoin e Ethereum nos Estados Unidos ao crescimento da tokenização de ativos no Brasil. Mas, enquanto a atenção costuma estar voltada ao bitcoin como reserva digital ou ao Ethereum como infraestrutura tecnológica, um outro grupo de ativos digitais tem assumido o protagonismo em escala global: as stablecoins.
Stablecoins são ativos digitais lastreados em moedas fiduciárias, commodities ou outros ativos, projetados para manter paridade estável de valor. O exemplo mais conhecido é o USDT (Tether), atrelado ao dólar americano, mas há dezenas de alternativas que desempenham papel fundamental no mercado. Esse formato resolve um dos principais pontos de crítica às criptomoedas: a volatilidade.
Ao manter valor estável, as stablecoins permitem que investidores, empresas e instituições financeiras façam transações seguras, rápidas e de baixo custo em qualquer lugar do mundo, sem depender de intermediários tradicionais.
O crescimento das stablecoins é um reflexo direto da sua utilidade prática: O volume de transações com stablecoins já ultrapassa US$ 10 trilhões anuais, superando gigantes como Visa e Mastercard em movimentação global. Segundo a CoinMetrics, mais de 70% das negociações em exchanges globais são liquidadas em stablecoins, e não em moedas fiduciárias.
No Brasil, de acordo com dados da Receita Federal, o USDT lidera as transações desde 2023, movimentando mais de R$ 210 bilhões em 2024, acima de qualquer outra criptomoeda, incluindo o Bitcoin. Globalmente, relatórios da Circle e da Chainalysis mostram que stablecoins já respondem por mais de 60% do uso de cripto em transferências transfronteiriças.
Esses números reforçam que as stablecoins deixaram de ser apenas um instrumento de arbitragem em exchanges para se tornarem um meio de pagamento e liquidação internacional.
A relevância das stablecoins se estende muito além dos investidores individuais: Comércio internacional: empresas utilizam stablecoins para reduzir custos e prazos em transferências internacionais, que podem cair de dias para minutos. Inclusão financeira: permitem acesso a ativos dolarizados em países com alta inflação ou moedas instáveis.
Mercado corporativo: companhias já utilizam stablecoins como reserva de caixa digital, aproveitando liquidez global. Integração regulatória: no Brasil, discussões em torno do Drex mostram que stablecoins e moedas digitais de bancos centrais (CBDCs) caminham em paralelo, complementando-se como soluções de pagamento digital.
O avanço das stablecoins mostra que estamos diante de uma nova camada da infraestrutura financeira global. Se o bitcoin consolidou a ideia de escassez digital e o Ethereum trouxe aplicações descentralizadas, as stablecoins foram responsáveis por criar o elo entre o mundo cripto e o mercado tradicional.
Ao viabilizar pagamentos instantâneos, acessíveis e globais, as stablecoins se tornam não apenas um ativo do mercado cripto, mas um pilar para empresas, investidores e governos que buscam eficiência e integração em um sistema financeiro cada vez mais digital.
*João Canhada é fundador da Foxbit.
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