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Argentina nega interferência dos EUA em laços com a China após declarações de embaixador

Além de apoiar Milei, Peter Lamelas diz que pretende "acabar com a corrupção" e a influência da China nas províncias argentinas

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 24 de julho de 2025 às 17h32.

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O porta-voz da presidência argentina, Manuel Adorni, negou nesta quinta-feira que os Estados Unidos interfiram nas relações entre o país sul-americano e a China, e se distanciou das recentes declarações de Peter Lamelas, nomeado como novo embaixador pelo presidente americano, Donald Trump.

Diante de um comitê do Senado dos Estados Unidos na terça-feira, Lamelas listou entre seus objetivos como embaixador na Argentina "apoiar" o governo de Javier Milei no período que antecede as eleições legislativas de outubro e "acabar com a corrupção" e a influência da China nas províncias argentinas.

Questionado em entrevista coletiva sobre esse último assunto, Adorni comentou nesta quinta-feira que os Estados Unidos não interferem no relacionamento entre a Argentina e a China e garantiu que "o governo defende a autonomia das províncias".

O porta-voz também enfatizou que Lamelas ainda não ocupa o cargo de embaixador e, como ele não está no cargo, suas palavras são de caráter pessoal.

"Não temos nada a dizer, é a opinião dele e bem, nesse caso, vocês terão que perguntar a ele. Não temos nada a dizer sobre isso. Portanto, não podemos dizer se ele está ou não se intrometendo na política interna quando não é embaixador", analisou.

A resposta de Adorni vem na sequência de uma polêmica gerada na Argentina pelas declarações de Lamelas.

Na quarta-feira passada, três governadores peronistas questionaram abertamente suas opiniões, além do Partido Justicialista (PJ, peronista) e da líder do partido, a ex-presidente Cristina Kirchner.

Axel Kicillof, governador da província de Buenos Aires e um dos principais opositores do governo de Milei, publicou uma extensa carta intitulada "Lamelas, vá para casa" e considerou suas declarações "intoleráveis".

"É uma violação do direito internacional e uma falta de respeito à nossa dignidade nacional", disse Kicillof.

Cristina Kirchner, que está cumprindo pena de seis anos de prisão em casa desde o mês passado, citou as declarações de Lamelas para denunciar que os Estados Unidos "estão fazendo campanha" para Milei.

"Aqueles que realmente estão no comando na Argentina de Milei são 'As Forças do Norte'", disse a ex-mandatária.

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