Future of Money

Patrocínio:

Design sem nome (2)
LOGO SENIOR_NEWS

Brasil é exemplo global na regulação de criptomoedas, diz vice-presidente da Binance

Em entrevista à EXAME, líder global de marketing da corretora de criptomoedas destacou adoção institucional acelerada e novas dinâmicas regulatórias

Binance: corretora de criptomoedas completa 8 anos (Binance/Divulgação/Divulgação)

Binance: corretora de criptomoedas completa 8 anos (Binance/Divulgação/Divulgação)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Editor do Future of Money

Publicado em 18 de julho de 2025 às 18h01.

Tudo sobreCriptomoedas
Saiba mais

A Binance, maior corretora de criptomoedas do mundo, vê o Brasil como um país modelo quando o assunto é a regulação do mercado cripto. É o que revelou Rachel Conlan, vice-presidente global de marketing da empresa, em entrevista à EXAME. Conlan visitou o Brasil como parte das comemorações dos oito anos desde a fundação da exchange.

Conlan também destacou a velocidade de crescimento do mercado de criptomoedas, compartilhando números da Binance como exemplo. "Demoramos cinco anos para chegar a 100 milhões de clientes. Depois, mais dois anos para chegar a 200 milhões de clientes. Agora, nos últimos 14 meses, nós adicionamos 80 milhões de clientes e seguimos crescendo".

A executiva avalia que a principal novidade para o setor nos últimos anos foi uma entrada intensa de investidores institucionais, que acabaram sendo um "gatilho para um novo ímpeto de alta. Temos agora instituições consolidadas como BlackRock, Goldman Sachs e JPMorgan em cripto, e isso dá uma legitimidade para atrairmos a nova geração de usuários".

Importância da regulação

A vice-presidente global da Binance diz que o avanço da regulação das criptomoedas ao redor do mundo também tem sido essencial para sustentar essa expansão. Ela lembra que o processo começou de forma inversa ao tradicional no mercado financeiro, com o processo sendo liderado por países como o Brasil e Emirados Árabes Unidos.

Agora, grandes centros financeiros também começaram a avançar na regulação, caso do Reino Unido, Estados Unidos e Singapura. "Os pioneiros foram países que estavam ouvindo as populações e entendiam que precisavam ter regulação para gerar o crescimento, e outros mercados estão começando a perceber isso".

"Também há agora uma influência dos Estados Unidos. Ele gera uma abertura entre os países que estavam reticentes, e agora não estão mais. Os países começam a ver cripto como um setor para gerar novos empregos, fazer a economia crescer", comenta.

No caso do Brasil, Conlan ressalta que "nas reuniões com reguladores, governos em diversos países sempre pedem para nós apontarmos os países que estão criando regulações claras e favoráveis aos usuários, as restrições certas e as oportunidades também. E temos compartilhado muito o modelo brasileiro e apresentado como um exemplo para outros países".

"O tamanho da população do Brasil, e da América Latina como um todo, é muito grande, e há uma alta penetração de cripto comparado ao resto do mundo. E as pessoas não usam criptomoedas só para negociação, são todos os tipos de usuários e usando para pagamentos, remessas, são todos os casos de uso. É um mercado muito dinâmico, e estamos ainda mais otimistas com o crescimento dele", avalia.

O futuro da Binance

Essa abertura resulta em um crescimento da base de usuários e do volume que o setor movimenta. Para empresas como a Binance, também gera novas fontes de receita. Conlan pontua que a corretora tem focado em trazer mais "simplicidade, produtos e inovação. A experiência dos usuários está melhorando, e estamos lançando novos produtos para ir além do trading".

Apesar desse foco, a executiva afirma que a Binance não está interessada no momento em lançar uma stablecoin própria, mesmo com diversas empresas dentro e fora do setor lançando projetos próprios. "Como corretora, a Binance tem que ser neutra, então nosso papel é ver o que os usuários querem e como apoiamos isso. Por isso temos tanto tokens e projetos na nossa plataforma. Temos que dar o que os usuários querem. Não é sobre nós lançarmos uma stablecoin".

  • O JEITO FÁCIL E SEGURO DE INVESTIR EM CRYPTO. Na Mynt você negocia em poucos cliques e com a segurança de uma empresa BTG Pactual. Tenha acesso a carteiras recomendadas por especialistas com rebalanceamento mensal automático. Clique aqui para abrir sua conta gratuita

A executiva comenta ainda que vê o estágio atual das stablecoins como semelhante à euforia em torno dos NFTs (tokens não-fungíveis): "Todos queriam NFTs e todos querem stablecoins agora. É parte do ciclo de crescimento do setor, natural, e tende a dar uma arrefecida depois".

Conlan também reconhece que a Binance enfrenta desafios naturais por ser, de um lado, uma empresa que gera disrupção no mercado financeiro e, do outro, uma gigante cada vez mais regulada. "Os desafios são parte de ser um disruptor, um agente de mudança para esse sistema financeiro construído há tantas décadas. E tem sido incrível ver o crescimento".

"Nós temos 290 milhões de usuários, temos crescimento em todas as regiões em que atuamos. Lançamos novos produtos e ainda somos 50% maiores qualquer um dos nossos competidores. Novos competidores entram, mas nos dão mais insight para sermos melhores. A competição nos deixa mais saudáveis", diz.

A vice-presidente acredita que o Brasil e a América Latina seguirão como um "pilar central" para a expansão da Binance nos próximos anos. Ela cita o lançamento recente de uma integração com o Pix como forma de localizar mais a operação da exchange e reforça que a corretora "está apenas na superfície" do que pode ser explorado com a tecnologia.

Apesar dos novos desafios e com um mercado em constante mudança, Conlan reforça que o posicionamento da Binance se mantém: "Não vimos as finanças tradicionais conseguindo resolver problemas de bancarização. Nosso foco está na liberdade financeira e no empoderamento.".

Mas a executiva também enxerga uma mudança na narrativa compartilhada pelo setor de criptomoedas para o público. "Nós somos complementos para as finanças tradicionais, e essa é a maior mudança de narrativa. Não é sobre causar uma disrupção, é sobre dar acessibilidade. Ainda somos um negócio de varejo, e acho que as instituições financeiras tradicionais gostam de trabalhar conosco".

Siga o Future of Money nas redes sociais: Instagram | X | YouTube Telegram | TikTok

Acompanhe tudo sobre:CriptomoedasCriptoativos

Mais de Future of Money

Trump diz que stablecoins são 'maior revolução para as finanças desde a internet'

Maior parte dos R$ 541 milhões desviados em ataque hacker foi convertida em criptomoedas, diz PF

Após acertar alta da Solana, analistas do BTG apontam próximo alvo; descubra

XRP salta mais de 30% e bate novo preço recorde após avanço da regulação nos EUA