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Por que Águas de Lindóia se tornou o principal encontro de clássicos do país

Décima edição do Encontro Brasileiro de Autos Antigos tem Peugeot de 1906 e espera 500 mil visitantes

 (Matheus Tamanini/Divulgação)

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Rodrigo Mora
Rodrigo Mora

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Publicado em 21 de junho de 2025 às 10h35.

Última atualização em 21 de junho de 2025 às 10h49.

Nesta décima edição, o Encontro Brasileiro de Autos Antigos de Águas de Lindóia (EBAA), no interior de São Paulo, amplia sua distância para as demais reuniões de veículos clássicos.

O Brazil Classics Show, realizado tradicionalmente na mineira Araxá, é o mais charmoso e elitizado, mas sem o alcance do evento paulista. Que, estima-se, receberá cerca de 500 mil pessoas até amanhã – na última edição, em setembro, Araxá reuniu 20 mil.

Organizado pelo Veteran Car Club de Minas Gerais e pela Federação Brasileira de Veículos Antigos (FBVA), Araxá ainda é o lugar para encontrar modelos raríssimos, que talvez jamais visitem Lindóia. Mas o encontro paulista não se limita a Fusca e Opala.

Na frente do tradicional hotel Monte Real, um Lion Peugeot Type VA 1906 talvez seja o mais fotografado do evento, pois muitos querem guardar um registro do único exemplar do modelo – equipado com motor monocilíndrico, caixa de câmbio de três marchas e transmissão por corrente – no Brasil.

Em dez anos, o EBBA ganhou estatura para receber carros importantes do automobilismo nacional, como o DKW Vemag Carretera, de 1965, e o lendário Karmann Ghia Porsche 1966 da Equipe Dacon, vencedor de inúmeras corridas tendo Emerson Fittipaldi, Wilson Fittipaldi e José Carlos Pace ao volante.

Quem acordou com vontade de ver de perto um Cord 812, aquele que o Metropolitan Museum of Art de Nova York descreveu como "a maior contribuição dos Estados Unidos ao design de automóveis", encontrou três, dois sedãs (Beverly) e um conversível (Phaeton). E pela primeira vez uma das 275 unidades produzidas do Jaguar XJ220 compareceu.

“Além de estar no Estado que concentra o maior número de colecionadores, não é elitizado. Portanto, participam todos os tipos de carro, desde um Pierce-Arrow até um Fiat 147.

Há também a maior feira de peças e o fato de haver uma rede hoteleira ao redor da praça Adhemar de Barros, onde é realizado o evento. Essa diversidade é o segredo de Lindóia”, explica o restaurador e colecionador Leonardo Forestieri, que nunca perdeu uma edição sequer do evento.

Passeando pelos 70 mil m2 do evento, alguns carros atraem atenção pelos preços: um Fiat Uno 1.6 R a R$ 250 mil assusta – mas não tanto quanto um VW Gol GTI de R$ 370 mil.

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