Inteligência Artificial

A Xiaomi finalmente entrou no mercado dos óculos com IA — sinal de que eles podem ficar mais baratos

Com preço inicial de US$ 278, bem abaixo dos cerca de US$ 300 a US$ 400 dos Ray-Ban Meta, os novos óculos da Xiaomi apostam em integração com seu ecossistema para acirrar a disputa num mercado que promete popularização e guerra de preços

Xiaomi AI Glasses: produto chega com preço competitivo  (Xiaomi/Reprodução)

Xiaomi AI Glasses: produto chega com preço competitivo (Xiaomi/Reprodução)

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 13 de julho de 2025 às 17h48.

Recentemente a Xiaomi lançou oficialmente seus primeiros óculos de inteligência artificial na China, sinalizando que o mercado global de smart glasses se prepara para uma disputa cada vez mais intensa, um segmento que, segundo analistas, vive em 2025 a anunciada “guerra de centenas de modelos” prevista por consultorias como a Counterpoint.

Batizado de Xiaomi AI Glasses, o modelo combina recursos de realidade aumentada, uma câmera ultra-angular de 12 megapixels e o chip Qualcomm AR1. Mas o grande diferencial está na integração ao ecossistema da marca: os óculos permitem controlar dispositivos domésticos conectados, interagir com o assistente XiaoAI (capaz de traduzir em tempo real até 10 idiomas) e executar tarefas como gravação e transcrição de reuniões.

O produto foi lançado a um preço competitivo, cerca de 1.999 yuans (US$ 278), e promete até 8,6 horas de bateria, mirando usuários interessados em fotografia e vídeo em primeira pessoa, além de funcionalidades de produtividade. O know-how da Xiaomi em câmeras de smartphone contribuiu para garantir ao dispositivo uma qualidade de imagem considerada acima da média no mercado chinês.

A estratégia da Xiaomi se apoia no seu ponto forte histórico: uma base de clientes já habituada a outros dispositivos conectados da marca, desde smartphones até eletrodomésticos inteligentes e até mesmo carros elétricos. Ao integrar os óculos a esse ecossistema, a empresa busca consolidar seu posicionamento como fornecedora de soluções interconectadas, reforçando o vínculo com o consumidor.

Mark Zuckerberg, CEO da Meta: executivo usa versão de lentes escuras do Ray-Ban Meta Glasses (Craig T Fruchtman/Getty Images)

Essa abordagem contrasta com a adotada pela Meta, que consolidou a categoria com a bem-sucedida parceria com a Ray-Ban. Os Ray-Ban Meta Glasses, exibidos com destaque no Meta Connect em setembro passado, ajudaram a popularizar o formato de óculos que tiram fotos e gravam vídeos por comando de voz, além de incorporarem assistentes de IA como o Meta AI. A proposta, no caso da Meta, é mais focada no estilo de vida e no design discreto, se esforçando para aproximar o acessório de um óculos tradicional.

Analistas destacam que o diferencial da Xiaomi não está apenas no design ou nas funcionalidades pontuais, mas em sua enorme capacidade de produção e na força da cadeia de suprimentos, vantagem que permite escalar o produto rapidamente e reduzir custos. Esse poder de fabricação já se mostrou decisivo no sucesso global da marca em smartphones e dispositivos IoT.

Apesar do potencial, há desafios a superar. Usuários das primeiras versões ainda apontam que o design entrega demais o “ar tecnológico” dos óculos, dificultando seu uso casual em ambientes sociais. Mesmo assim, especialistas projetam rápida evolução do formato nos próximos ciclos de lançamento.

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