A última emissão de títulos havia sido em novembro de 2022, quando a Amazon levantou US$ 8,25 bilhões (400tmax/Getty Images)
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Publicado em 18 de novembro de 2025 às 16h52.
A Amazon está levantando US$ 15 bilhões com sua primeira oferta de títulos em dólares norte-americano em três anos, superando as estimativas iniciais em US$ 3 bilhões. A transação marca um novo capítulo na corrida de gigantes da tecnologia para financiar a construção de infraestrutura de inteligência artificial por meio de grandes contrações de dívida.
No pico, foram atraídos cerca de US$ 80 bilhões em ordens de compra, de acordo com fontes da Bloomberg. Os recursos serão utilizados para diversos fins, incluindo aquisições, recompra de ações, despesas de capital (capex) e amortização de dívidas futuras, conforme comunicado pela empresa.
Esse movimento da Amazon segue uma onda de captação maciça de recursos via emissão de dívida no setor. Recentemente, a Alphabet, dona do Google, vendeu US$ 25 bilhões em títulos, enquanto a Meta emitiu a maior oferta corporativa do ano, totalizando US$ 30 bilhões. A Oracle, por sua vez, levantou US$ 18 bilhões em setembro. Essa série de emissões elevou o volume global anual para um recorde de mais de US$ 6 trilhões.
Assim como outras hyperscalers (termo que designa empresas que estão construindo grandes infraestruturas de data centers), a capitalização da Amazon visa sustentar os custos crescentes da construção de instalações para IA.
Maior fornecedora mundial de serviços de computação em nuvem, a Amazon está investindo pesadamente em data centers e chips. Analistas de mercado estimam que as despesas de capital da empresa ultrapassarão US$ 147 bilhões no próximo ano, um valor aproximadamente três vezes maior do que o registrado em 2023.
Em nota escrita na semana passada, o JPMorgan Chase avaliou que este é um momento "oportuno" para a Amazon incorporar dívida e expandir sua flexibilidade de financiamento. Historicamente, a empresa utiliza o próprio fluxo de caixa para investimos. A última emissão de títulos no mercado dos EUA havia sido em novembro de 2022, quando a varejista levantou US$ 8,25 bilhões.
Desde 2022, a capacidade computacional dos data centers da Amazon dobrou. Até 2027, o CEO Andy Jassy espera que ela dobre novamente. No começo do mês, a AWS, unidade de nuvem da empresa, fechou um acordo de US$ 38 bilhões ao longo de sete anos para fornecer acesso a centenas de milhares de GPUs da Nvidia para a OpenAI, criadora do ChatGPT e pioneira da IA generativa.
Além dela, a AWS tem uma parceria de longo prazo com a Anthropic, rival da OpenAI e criadora da IA Claude. Nela, a Amazon já investiu US$ 8 bilhões.