Inteligência Artificial

China subsidia 50% da energia gasta pelo setor de chips

Para apoiar a indústria local de chips de inteligência artificial, o país aumentou os subsídios de energia para grandes data centers, ajudando empresas como ByteDance, Alibaba e Tencent a reduzir custos e avançar na soberania tecnológica

Gigantes chinesas enfrentaram custos mais altos de eletricidade após Pequim proibir a compra de chips de inteligência artificial da Nvidia (Cern/Divulgação)

Gigantes chinesas enfrentaram custos mais altos de eletricidade após Pequim proibir a compra de chips de inteligência artificial da Nvidia (Cern/Divulgação)

Publicado em 4 de novembro de 2025 às 11h27.

A China aumentou os subsídios que reduzem as contas de energia em até 50% para alguns dos maiores data centers do país, segundo reportagem do Financial Times desta segunda-feira, 3, com base em fontes próximas ao assunto.

Nesse contexto, governos locais estão intensificando os incentivos para apoiar gigantes da tecnologia chinesa, como ByteDance, Alibaba e Tencent, que enfrentaram custos mais altos de eletricidade após Pequim proibir a compra de chips de inteligência artificial da Nvidia.

Energia: o novo gargalo da IA

Depois que a Nvidia resolveu a escassez de GPUs, o novo desafio para a IA é o crescente consumo de energia pelos data centers que sustentam essa tecnologia. Esse problema foi recentemente destacado por Satya Nadella, CEO da Microsoft, que mencionou ter chips disponíveis, mas não a infraestrutura elétrica necessária para conectá-los.

Em um cenário global de alta demanda por eletricidade, empresas dos EUA estão buscando soluções como pequenos reatores nucleares e turbinas a gás para usinas. Diante da concorrência da China, a OpenAI alertou a Casa Branca sobre a necessidade de adicionar 100 gigawatts anuais à capacidade nacional, o que equivale ao consumo de cerca de 80 milhões de residências.

No documento, a criadora do ChatGPT ressaltou que a China adicionou 429 GW de capacidade no ano passado, enquanto os EUA ampliaram apenas 51 GW, o que pode comprometer a posição de liderança do país na corrida da IA.

Do outro lado do Pacífico, a China tem investido em hidrelétricas, energia solar e nuclear para atender à demanda crescente da IA. Além disso, em setembro, o país proibiu suas maiores empresas de tecnologia de adquirirem chips da Nvidia, em uma medida para fortalecer a indústria local e buscar a soberania tecnológica.

Assim, com processadores de empresas locais, como Huawei e Cambricon, as gigantes chinesas continuam avançando na migração do desenvolvimento e execução da IA para chips domésticos. Para isso, o apoio governamental tem sido crucial, seja por meio de subsídios na conta de energia, incentivos financeiros ou facilitação de aberturas de capital em setores estratégicos.

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