Inteligência Artificial

Cidade no Paraná terá primeiro data center dedicado à inteligência artificial da América Latina

Com investimento de R$ 6 bilhões, estrutura em Maringá busca atender crescente demanda por processamento de IA

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 3 de fevereiro de 2025 às 09h29.

A multinacional norte-americana RT-One anunciou a construção do primeiro data center dedicado à inteligência artificial da América Latina.

O projeto, que receberá um investimento de R$ 6 bilhões , será instalado em uma área de aproximadamente 1 milhão de m² ao lado do aeroporto de Maringá (PR), dentro de uma Zona de Processamento de Exportação (ZPE), que oferece incentivos fiscais para operações voltadas ao mercado externo.

A iniciativa ocorre em um momento de rápida expansão do setor de infraestrutura digital no Brasil. Um estudo da consultoria JLL estima que o mercado de data centers na América do Sul crescerá 68% nos próximos anos , impulsionado pela demanda crescente por computação em nuvem e soluções baseadas em inteligência artificial.

Infraestrutura e impacto econômico

O novo data center da RT-One será instalado dentro de um parque tecnológico e contará com infraestrutura para suportar aproximadamente 400 MW de TI, exigência comum em operações intensivas de processamento de dados.

Além do impacto direto no setor de tecnologia, o projeto também pode movimentar a economia local, com expectativa de geração de empregos especializados e atração de empresas que dependem de infraestrutura avançada para pesquisa e desenvolvimento em IA.

À frente da operação está Fernando Palamone, executivo com mais de 30 anos de experiência em tecnologia, com passagens por empresas como Intel, Cisco, VMware e IBM.

Segundo Palamone, o objetivo do data center é oferecer capacidade computacional robusta e segura para aplicações avançadas de inteligência artificial , incluindo segurança cibernética e armazenamento em nuvem.

Apesar do crescimento acelerado, o Brasil ainda precisa superar desafios estruturais para consolidar sua posição como um polo tecnológico. Segundo dados do setor, o país ocupa o segundo lugar no ranking mundial de ataques cibernéticos, o que torna a segurança digital uma preocupação central para empresas que operam com grandes volumes de dados.

Palamone destaca que a cibersegurança será um dos pilares do novo data center:

"Nosso propósito é trazer para o Brasil tecnologia de ponta em aplicações de IA e segurança de dados. Atualmente, poucos se preocupam com a cibersegurança dessas soluções, e nós acreditamos que esse aspecto será cada vez mais crítico para o setor".

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