Redação Exame
Publicado em 7 de novembro de 2025 às 13h37.
A transformação digital das empresas brasileiras entrou em uma nova fase e, pela primeira vez, a inteligência artificial aparece como divisor de águas. É isso que espera mostrar o Panorama Mindset Digital 2026, levantamento conduzido pelo Brivia Group, que na sondagem de 2025 mostrou que a maioria das organizações já superou a etapa de digitalizar processos, mas ainda carece de estrutura para usar IA de forma estratégica.
O estudo, que se tornou uma das principais referências nacionais sobre maturidade digital, avalia o nível de prontidão tecnológica de companhias de diferentes setores da economia. A versão mais recente incluiu um novo pilar de análise, batizado de “Inteligência Artificial e Gestão Eficiente”, que mede como os algoritmos vêm sendo incorporados à operação, à tomada de decisão e à experiência do cliente.
Na prática, o diagnóstico é claro: o país vive um momento de sensibilização — as empresas reconhecem o potencial da IA, mas poucas conseguiram transformar isso em ganho operacional. É o mesmo ponto identificado na pesquisa de 2025, focada no Rio Grande do Sul, quando a maioria das companhias admitiu ter projetos de automação ainda isolados e sem conexão com as áreas de negócio.
Para chegar a esses dados, o Brivia Group aplicou sua metodologia proprietária, chamada BXM (Brand Experience Management), que mede de forma padronizada o grau de maturidade digital em sete dimensões: centralidade no cliente, cultura digital, digitalização, aprendizado orientado por dados, oferta responsiva, propósito e comunidade, e o novo eixo de IA.
Com base nas respostas — o questionário, com 100 perguntas, segue aberto até dezembro de 2025 —, a próxima edição trará um retrato abrangente de como o país está se adaptando à pressão por eficiência e personalização. Os resultados finais serão divulgados em março de 2026, durante o South Summit Brazil, em Porto Alegre.
A análise também busca capturar o ritmo de adoção de modelos de gestão orientados por dados e a capacidade das lideranças de reconfigurar processos para competir num ambiente em que automação, atendimento digital e algoritmos já definem a experiência de consumo.
Para o Brivia Group, o avanço do uso da IA marca um ponto de inflexão: deixou de ser promessa de inovação e passou a ser um indicador de maturidade. Empresas que aprendem a integrar automação e cultura digital com clareza estratégica tendem a crescer mais rápido — e a depender menos de modismos tecnológicos.
“O cenário mostra que a IA já é um ativo competitivo”, afirma Marcio Coelho, CEO do grupo. “O desafio agora é sair da fase da curiosidade e usar os dados para gerar valor real”.