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Futuro da Intel: parceria com Nvidia pode ser decisiva para nova geração de chips

Acordo bilionário prevê desenvolvimento conjunto e pode viabilizar processo crítico de fabricação de chips previsto para 2027

Intel: colaboração com Nvidia pressiona AMD e pode reduzir dependência da TSMC (David Becker / Colaborador/Getty Images)

Intel: colaboração com Nvidia pressiona AMD e pode reduzir dependência da TSMC (David Becker / Colaborador/Getty Images)

Publicado em 20 de setembro de 2025 às 07h51.

A Intel recebeu um impulso estratégico com o anúncio de uma parceria bilionária com a Nvidia. Na quinta-feira, 18, a Nvidia investiu US$ 5 bilhões para adquirir cerca de 4% da fabricante de chips e firmou um acordo de fornecimento para o desenvolvimento de “múltiplas gerações” de produtos conjuntos.

Nova geração de produtos

O objetivo é integrar processadores centrais da Intel com chips de inteligência artificial e gráficos da Nvidia, utilizando a tecnologia de conexão NVLink, proprietária da Nvidia.

Analistas ouvidos pela Reuters apontam que essa integração pode dar à Intel uma vantagem frente a concorrentes como a AMD, já que seus chips estarão diretamente conectados a produtos de ponta da Nvidia.

Os novos produtos estão em fase inicial de desenvolvimento e devem ser fabricados em futuras linhas de produção, com potencial de reforçar o processo 14A, a próxima geração de tecnologia de fabricação de chips da Intel, prevista para 2027.

Esse avanço é considerado crucial para a empresa, já que define o nível de miniaturização e eficiência dos semicondutores. A própria Intel já alertou que pode não levar o projeto adiante sem demanda suficiente para justificar os altos custos de construção das fábricas necessárias.

Papel da Intel Foundry

Pelo acordo, a Intel Foundry, divisão de manufatura da companhia, fornecerá processadores e também fará a embalagem de alguns chips da Nvidia. Engenheiros das duas empresas vão trabalhar em conjunto para transformar a tecnologia da Nvidia em chips produzidos nas fábricas da Intel.

Essa colaboração é relevante porque, assim como a Nvidia, a própria Intel frequentemente depende da TSMC para parte de sua produção.

“Qualquer relacionamento com a Nvidia neste momento, ainda que não fale explicitamente de serviços de fundição, deve ser visto como uma possível extensão da parceria no futuro”, afirmou Jack Gold, analista da J.Gold Associates, em nota à Reuters.

Concorrência sob pressão

Se os novos produtos conquistarem espaço no mercado, o volume de produção poderá ajudar a tornar viáveis os investimentos da Intel em novas fábricas.

Para a Nvidia, a parceria significa ampliar o acesso a clientes corporativos e governamentais que há décadas utilizam softwares desenvolvidos para chips da Intel.

Para Jack Gold, analista da J.Gold Associates, a principal perdedora com o acordo é a AMD, que disputa espaço tanto com a Nvidia quanto com a Intel em diferentes segmentos.

Já a TSMC, que atualmente fabrica chips para a Nvidia, pode enfrentar perda de volume no futuro, caso parte da produção migre para a Intel.

“Isso me dá mais confiança de que o 14A seguirá adiante; nesse caso, a Intel deve ter retornos muito bons sobre os investimentos”, disse Ben Bajarin, CEO da Creative Strategies, em entrevista à Reuters.

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