Inteligência Artificial

Jensen Huang diz que EUA não precisam se preocupar com uso militar de produtos da Nvidia pela China

CEO da Nvidia se reúne com Trump antes de viagem a Pequim e afirma que o exército chinês não pode confiar na tecnologia desenvolvida nos EUA devido aos riscos envolvidos

Jensen Huang: CEO da Nvidia (SAM YEH/Getty Images)

Jensen Huang: CEO da Nvidia (SAM YEH/Getty Images)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 14 de julho de 2025 às 13h44.

Com planos de lançar um novo chip de inteligência artificial projetado especialmente para o mercado chinês em setembro, a Nvidia busca garantias do governo Trump para evitar que o produto seja proibido logo após o lançamento. Uma eventual nova proibição aumentaria as perdas bilionárias da empresa causadas pelas restrições à exportação para a China.

Nesse sentido, em uma entrevista ao programa Fareed Zakaria GPS, da CNN, no domingo, 13, o CEO da Nvidia, Jensen Huang, afirmou que o governo dos EUA não precisa se preocupar com a possibilidade de o exército chinês usar os produtos de sua empresa para aprimorar suas capacidades militares.

Em resposta à crescente preocupação de Washington, Huang garantiu que o exército chinês evitará o uso da tecnologia norte-americana devido aos riscos envolvidos. “Não precisamos nos preocupar com isso”, disse Huang, acrescentando que “simplesmente não podem confiar nisso”.

Huang e outros executivos do setor perderam bilhões de dólares devido às regras cada vez mais rígidas que visam bloquear o acesso da China às tecnologias de inteligência artificial mais avançadas. O governo dos EUA argumenta que o uso irrestrito desses componentes representa um risco à segurança nacional.

Ao contrário, executivos como Huang defendem que são as restrições que irão estimular o desenvolvimento de alternativas domésticas na China, as quais poderão, posteriormente, rivalizar com as concorrentes ocidentais. Nos últimos meses, apesar dos custos e atrasos, empresas chinesas têm testado e migrado sua IA para chips locais.

Postura diplomática

Antes da viagem à Pequim, onde deve se reunir com líderes chineses na Exposição Internacional de Cadeia de Suprimentos, marcada para iniciar na quarta-feira, 16, Huang esteve em Washington e se reuniu com Donald Trump. O CEO adota uma postura diplomática em meio às tensões entre EUA e China.

Ao mesmo tempo que reforçou seu ponto de vista, Huang elogiou os esforços da administração Trump para aumentar a produção doméstica de semicondutores. Isso porque a Nvidia e outras empresas dependem da TSMC, cuja maioria das fábricas está localizada na ilha de Taiwan, próxima à China.

Trump, por sua vez, destacou o sucesso da Nvidia e seu crescimento, tornando-se a primeira empresa da história a atingir uma capitalização de mercado de US$ 4 trilhões. Detalhes da reunião na Casa Branca entre os dois não foram divulgados, mas até agora não houve mudanças no posicionamento norte-americana.

Acompanhe tudo sobre:Inteligência artificialNvidiaDonald Trump

Mais de Inteligência Artificial

Tim Cook continua como CEO, mas Apple passa por reestruturação na liderança e mudanças internas

CEOs de big techs: quem está ganhando e quem está perdendo desde a posse de Trump?

A Xiaomi finalmente entrou no mercado dos óculos com IA — sinal de que eles podem ficar mais baratos

Google libera recurso para transformar fotos em vídeos com IA no Gemini