Inteligência Artificial

Meta mira investimento bilionário em fornecedora de dados para IA

Scale AI, que já atende Meta e OpenAI, pode receber mais de US$ 10 bilhões e se tornar peça-chave no mercado global de dados

Meta: empresa deve investir no setor de dados para IA e concorrer com Google e OpenIA (Agence France-Presse/AFP)

Meta: empresa deve investir no setor de dados para IA e concorrer com Google e OpenIA (Agence France-Presse/AFP)

Estela Marconi
Estela Marconi

Freelancer

Publicado em 9 de junho de 2025 às 09h29.

A Meta (META) está em negociações para investir mais de US$ 10 bilhões na Scale AI, startup que fornece dados para treinar modelos de inteligência artificial. O valor transformaria o aporte em um dos maiores já feitos em uma empresa privada, de acordo com a Bloomberg.

A Scale atendeu empresas como Meta e OpenAI, e faturou cerca de US$ 870 milhões em 2024. A expectativa é alcançar US$ 2 bilhões ainda neste ano, impulsionada pela demanda crescente após o lançamento do modelo DeepSeek, da China, concorrente direto dos principais sistemas dos EUA.

O quadro de funcionários da empresa também chama atenção: segundo uma fonte consultada pela reportagem, 12% têm doutorado e mais de 40% possuem mestrado, MBA ou formação em direito. Esses profissionais elaboram testes avançados de reinforcement learning, técnica usada para aprimorar modelos de IA.

No entanto, o modelo de negócios da Scale enfrenta críticas. A empresa terceiriza parte do trabalho para países como Quênia e Filipinas, onde trabalhadores relataram baixos salários e impacto psicológico por lidar com conteúdos sensíveis. Em 2019, o CEO Alexandr Wang afirmou que os pagamentos representavam entre 60% e 70% do salário local.

Estratégia geopolítica e inspiração cinematográfica

Para a Meta, o investimento é estratégico. Ao fortalecer a Scale, a empresa busca competir com Google e OpenAI, e estreitar laços com o governo dos EUA em meio à corrida global por liderança em IA.

Em abril, Alexandr Wang foi ao Congresso americano defender a criação de uma “reserva nacional de dados”, além de mais energia para data centers e leis federais claras. A proposta sugere que dados devem ser tratados como ativos estratégicos, assim como petróleo ou reservas cambiais.

Curiosamente, Wang revelou que se inspirou no filme A rede social (2010), sobre a fundação do Facebook, para criar a Scale AI. A resposta foi dada a um investidor que lhe perguntou o motivo de fundar uma startup ainda tão jovem.

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