Inteligência Artificial

Meta pode mudar de rota e abandonar código aberto para investir em modelos fechados de IA

Liderado por Alexandr Wang, Meta Superintelligence Labs (MSL) discute mudanças significativas na estratégia da empresa, tanto filosóficas quantos técnicas, mas precisará de aprovação de Mark Zuckerberg

Mark Zuckerberg, CEO da Meta, e Alexandr Wang, chefe do novo laboratório de IA da empresa (Getty Images)

Mark Zuckerberg, CEO da Meta, e Alexandr Wang, chefe do novo laboratório de IA da empresa (Getty Images)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 15 de julho de 2025 às 09h49.

Criado com o objetivo de reposicionar a Meta na corrida pela inteligência artificial, o Meta Superintelligence Labs (MSL) está discutindo mudanças significativas para a estratégia de IA da empresa, inclusive o abandono de seu modelo mais avançado e de código aberto, o Behemoth, em prol de investir em um fechado.

De acordo com o New York Times, a questão foi debatida na semana passada por um pequeno grupo, incluindo Alexandr Wang, chefe do novo laboratório de IA da Meta, contratado para liderar o MSL por cerca de US$ 14 bilhões.

Enquanto o último modelo da família Llama, o Llama 4, foi lançado em abril, mas apresentou desempenho abaixo das expectativas, o Behemoth sequer chegou a tal ponto, tendo seu lançamento adiado devido à performance insatisfatória nos testes internos. Após a criação do MSL, a testagem do modelo foi interrompida, alimentando especulações sobre mudanças nos rumos da Meta.

Fracassos como esses contribuíram para que Mark Zuckerberg adotasse uma abordagem ofensiva com o objetivo de formar o MSL e reunir um dream team de especialistas de IA para trabalhar nele, contratando fundadores de startups e talentos de outras grandes empresas do setor, especialmente da pioneira OpenAI.

Embora as discussões no laboratório de superinteligência ainda estejam em estágios iniciais, qualquer decisão precisará da aprovação de Zuckerberg. Caso a Meta opte por modelos fechados, isso representaria uma mudança importante na estratégia da empresa, especialmente em um momento de intensificação da concorrência com empresas como Google, Anthropic e OpenAI, que estuda lançar um modelo aberto, algo que não acontece desde o GPT-2.

Outra mudança de rota à vista?

Por anos, a Meta focou no desenvolvimento interno e optou por liberar seus modelos de IA em código aberto, permitindo que outros desenvolvedores utilizassem e aprimorassem a tecnologia. Executivos da empresa sempre defenderam que essa abordagem acelera o desenvolvimento da tecnologia. Yann LeCun, um dos principais executivos de IA da Meta, já chegou a afirmar que "a plataforma que vencerá será a aberta".

Devido a essa escolha pelo código aberto, a empresa foi amplamente elogiada pela comunidade de desenvolvedores. Portanto, a alteração de rota representaria uma mudança mais profunda, tanto filosófica quanto técnica, para a Meta.

No começo do ano, o lançamento da IA chinesa DeepSeek R1, também de código aberto, chamou a atenção do mundo e gerou questionamentos sobre a estratégia fechada de várias empresas do setor, assim como sobre os investimentos bilionários na tecnologia e a capitalização de mercado de várias delas. A DeepSeek utilizou partes da IA da Meta, assim como de outras desenvolvedoras.

Apesar de, seis meses depois, a IA chinesa estar lutando para se manter relevante no mercado, a chegada de alternativas abertas impactou muitas empresas, que agora consideram o lançamento de suas próprias versões. No entanto, se for confirmado o abandono do Behemoth, a Meta será mais uma a revisar sua estratégia, mas na direção oposta.

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