Na semana passada, o potencial da Micron para lucrar com o mercado de data centers para IA impulsionou o maior salto de suas ações em quatro meses, acumulando alta de quase 80% no ano (Jakub Porzycki/Getty Images)
Redator
Publicado em 15 de setembro de 2025 às 09h03.
O governo do Japão anunciou na sexta-feira, 12, que destinará até 536 bilhões de ienes (US$ 3,63 bilhões) à fabricante norte-americana de chips Micron Technology para pesquisa, desenvolvimento e expansão da produção de semicondutores em sua unidade de Hiroshima. O objetivo é impulsionar a fabricação em massa de chips de memória de última geração.
Até o final do ano fiscal de 2029, a empresa planeja investir cerca de US$ 10,15 bilhões nessa fábrica. O início das entregas está previsto para ocorrer entre junho e agosto de 2028, com a meta de atingir a capacidade máxima de produção — 40 mil wafers por mês — entre março e maio de 2030.
Do valor total, o Ministério da Economia, Comércio e Indústria do Japão vai repassar US$ 3,39 bilhões via subsídio direto à expansão fabril, cobrindo um terço dos gastos por meio de um fundo voltado à manufatura de chips avançados. Outros US$ 244 milhões serão destinados para pesquisa e desenvolvimento ao longo dos próximos cinco anos, o que equivale à metade do custo estimado para a nova geração de memórias DRAM.
Os novos chips devem oferecer maior velocidade, capacidade e eficiência energética, com aplicação prevista em GPUs para data centers de inteligência artificial e em sistemas para veículos autônomos.
Na semana passada, o potencial da Micron para lucrar com o mercado de IA impulsionou o maior salto de suas ações em quatro meses, acumulando alta de quase 80% no ano.
Segundo o governo japonês, o apoio à Micron se justifica pela forte integração local da empresa: cerca de 80% das matérias-primas são adquiridas de fornecedores japoneses. Além disso, a norte-americana tem ampliado contratações e treinamentos no país.
A Micron deverá manter a produção em massa no Japão por pelo menos 10 anos e atender a pedidos do governo para aumentar a produção em caso de emergências, como pandemias ou escassez global de chips.
Além dela, o governo japonês também forneceu financiamento para a produção em massa de chips avançados nas fábricas da taiwanesa TSMC, em Kumamoto, e da local Kioxia, em Yokkaichi. Com o novo pacote, os subsídios totais do Japão à Micron somam US$ 5,26 bilhões.