Além de estratégica, decisão é também técnica: a Microsoft acredita que o Claude Sonnet 4, da Anthropic, é superior aos modelos da OpenAI, por exemplo, na criação de apresentações atrativas no PowerPoint (VCG/VCG/Getty Images)
Redator
Publicado em 10 de setembro de 2025 às 11h39.
A Microsoft está diversificando a tecnologia de inteligência artificial usada em seus produtos por meio de um acordo para integrar modelos da Anthropic aos aplicativos do Office 365. Com isso, a empresa coloca fim à antiga dependência exclusiva da OpenAI para a suíte de produtividade.
Divulgada pelo The Information, o anúncio revela que a integração da tecnologia da Anthropic, ao lado da da OpenAI, nas ferramentas do pacote, como Word, Excel, Outlook e PowerPoint, permitirá à Microsoft oferecer novas funcionalidades de IA.
Essa decisão de diversificar as parcerias em IA ocorre em um momento de crescente distanciamento entre a OpenAI e a Microsoft, sua principal investidora desde 2019. A desenvolvedora do ChatGPT segue apostando em projetos próprios de infraestrutura, como o Stargate, e planeja o lançamento de uma plataforma de empregos para competir com o LinkedIn.
No entanto, de acordo com fontes do The Information, a escolha pela Anthropic não é apenas estratégica, mas também técnica. A Microsoft acredita que os modelos mais recentes da empresa, como o Claude Sonnet 4, oferecem desempenho superior aos da OpenAI em determinadas funções, como a criação de apresentações visualmente atrativas no PowerPoint.
Apesar da diversificação, isso não significa o fim da relação entre as empresas, já que a Microsoft continua negociando um novo acordo com a OpenAI para garantir acesso a seus modelos de ponta, enquanto a reestruturação da startup para uma empresa com fins lucrativos ainda está pendente.
Esse movimento não é a primeira tentativa da Microsoft de diversificar suas opções em IA. Embora o modelo da OpenAI seja o padrão, a empresa já oferece modelos alternativos, como o Grok, da xAI, e o próprio Claude, da Anthropic, por meio do GitHub Copilot.
Além disso, a Microsoft está investindo em tecnologias próprias, com a recente introdução de seus dois primeiros modelos internos: MAI-Voice-1 e MAI-1-preview.
Por sua vez, a OpenAI também busca maior independência. Segundo o Financial Times, a empresa está se preparando para a produção em massa de seus próprios chips de IA, em parceria com a Broadcom, com início previsto para 2026. Isso permitirá que ela conduza treinamento e inferência de modelos em hardware próprio, sem depender da infraestrutura da Microsoft Azure.